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Rejeição e alianças políticas conduzem debate entre candidatos a prefeito do Rio

Paes foi chamado de esquerda e de direita e associado a Lula, enquanto Ramagem respondeu sobre ligação com Castro chamando sua gestão de 'medíocre'

Por Ludmilla de Lima, Lucas Mathias Atualizado em 4 out 2024, 01h11 - Publicado em 4 out 2024, 00h36

O último debate entre candidatos a prefeito do Rio, da TV Globo, na noite de ontem, 3, foi marcado por um duelo de rejeições. Na busca por desidratar o eleitorado de Eduardo Paes (PSD), que hoje lidera as pesquisas de intenção de voto, seus adversários associaram o prefeito ao presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já Alexandre Ramagem (PL), segundo colocado nos levantamentos, foi relacionado ao ex-prefeito do Rio Marcello Crivella (Republicanos), ao ex-chefe do Planalto Jair Bolsonaro (PL) e ao atual governador fluminense, Cláudio Castro (PL). Em comum, todos os políticos citados não estiveram presentes no embate.

Logo no primeiro bloco, Alexandre Ramagem (PL), ao ser questionado pelo prefeito sobre segurança, chamou o governo Cláudio Castro de “medíocre”. É a primeira vez que o bolsonarista critica diretamente o governador, seu aliado e do mesmo partido. Paes tem insistindo na campanha em ligar fracassos na segurança do estado à candidatura de Ramagem. “Não tenho padrinho Cláudio Castro. Minha liderança política se chama Jair Messias Bolsonaro. Cláudio Castro soube pela imprensa da minha indicação”, afirmou o delegado, respondendo em seguida para Paes: “A gestão de Cláudio Castro é medíocre, tem muito a se fazer. Mas a sua é muito pior, nota zero”.

Ramagem tentou atacar o prefeito o acusando de esconder Lula “atrás do armário”, de ser citado em delações envolvendo propinas e até de ser “a favor do Hezbollah”. Paes conseguiu direito de resposta e contra-atacou, citando o ex-governador Wilson Witzel, eleito em 2018 com apoio de Bolsonaro. “Quem precisa de padrinho político é ele (Ramagem). Eu tenho uma história nessa cidade. Ele me lembra eternamente Witzel”, afirmou Paes, citando sua relação política com Lula em parcerias da prefeitura com o governo federal na revitalização do Galeão e do BRT e no projeto do Estádio do Flamengo em São Cristóvão.  “O carioca me conhece. Sou aliado do presidente Lula, mas não somos iguais”. 

Paes atacado por todos os lados

O debate contou com, além de Paes e Ramagem, Tarcísio Motta (PSOL), Marcelo Queiroz (PP) e Rodrigo Amorim (União Brasil). Enquanto Ramagem usou o espaço para tentar tirar votos de eleitores mais à direita de Paes, que mira na vitória logo no primeiro turno, Tarcísio, em terceiro lugar nas pesquisas, fez um apelo contra o voto útil do eleitor progressista no prefeito. “O prefeito usa o medo para tentar mudar o voto da convicção”, declarou o psolista, que foi abordado tanto por Amorim quanto por Queiroz sobre o polêmico vídeo de Freixo, ex-PSOL e hoje no PT, pedindo a esse eleitor votos em Paes. “Tenho respeito pelo Marcelo Freixo, pela história que construímos juntos. Ele foi o deputado estadual que presidiu a CPI das Milícias. Acontece que ele responde de uma forma diferente a uma mesma pergunta, que é legítima: o que devemos fazer para tirar a extrema direita do cenário político?”, ressaltou Tarcísio, acrescentando que Marcelo, ao ficar ao lado do prefeito, “decidiu se aliar à direita”. 

Já Amorim, além de disparar contra Tarcísio como em outros debates e de chamar Paes de “esquerda”, fez dobradinha com Ramagem em diferentes ocasiões. O candidato do PL chegou a ser chamado de “querido amigo delegado Ramagem” pelo deputado estadual, que terminou sua participação agradecendo sua candidatura ao presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), um dos nomes cotados para disputar contra Paes o governo do estado em 2026. Num dos confrontos com Tarcísio, fez como Ramagem e citou o Hamas: “Você e o outro candidato da esquerda fazem parte da mesma panela. O fato é que você defende o aborto, seu grupo político defende o Hamas”. 

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Queiroz tentou se mostrar como o “candidato sem lado”, colocando os outros à direita e à esquerda. Ele duelou com o prefeito em mais de um momento. Em um dos embates, disse que hoje a fila para conseguir consulta com endocrinologista na cidade é de “278 dias” e que o político do PSD, enquanto isso, prefere prometer Ozempic para a população. Paes rebateu afirmando que diminuiu pela metade o tempo de espera no Sisreg e conclamou adversários a não chamarem Queiroz para cargos de secretário – o deputado federal já foi secretário dos governos Crivella, Paes e Cláudio Castro. A ironia foi uma resposta foi uma resposta a uma crítica do candidato do PP à gestão Paes: “Me preocupa muito a rotatividade de poder; foram cinco secretários de Habitação no governo Paes”.

No campo da saúde, Amorim disse que Paes preferiu levar um Super Centro de Saúde à Zona Norte, não à Zona Oeste. Essa região é o maior alvo da campanha de Ramagem, na tentativa de conquistar mais votos. Lá, Paes costuma ter boas votações, mas Bolsonaro também é forte. Na coletiva pós-debate, o prefeito, que se considera um politico de centro, falou sobre ter sido transformado em “vidraça”: “É difícil conseguir tratar de propostas, sendo candidato a prefeito. Tentei me sublimar de todos os ataques que aconteceram”. 

De acordo com pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 3, Paes segue em vantagem para ganhar no primeiro turno, com 54% das intenções de votos. No entanto, em relação à sondagem feita há duas semanas, caiu cinco pontos. Já Ramagem subiu cinco, passando de 17% para 22%. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. 

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Em terceiro, aparece Tarcísio, com 4%. Queiroz totalizou 2%, e Amorim, 1%. A campanha de Tarcísio chegou a pedir nesta quinta ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que Amorim fosse excluído do debate da TV Globo: à tarde, ele teve a candidatura indeferida, mas a presidência do tribunal negou a exclusão porque o candidato já havia recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Amorim comentou na coletiva sobre sua candidatura fazer parte de uma estratégia para levar Ramagem ao segundo turno: “A eleição é matemática. Pedi voto no 44 para levar a eleição ao segundo turno. E no segundo turno, vou apoiar o Ramagem. O que é necessário é que o conjunto de candidatos tenham uma soma para levar ao segundo turno”. 

A mediação do debate ficou a cargo da jornalista Ana Paula Araújo. Os candidatos ficaram posicionados lado a lado no estúdio, e o debate foi dividido em quatro blocos: o primeiro e o terceiro com temas livres, e o segundo e o quarto blocos com temas determinados. 

Os temas que mais mereceram atenção dos candidatos foram segurança, saúde e educação. Paes prometeu criar mais dois novos Super Centros Cariocas de Saúde, sendo um na Zona Oeste, e implantar um programa de cargos e salários para os servidores da saúde. Na Educação, Ramagem disse que, se eleito, abrirá escolas cívico-militares e fará parcerias público-privada para a gestão das unidades municipais. Tarcísio afirmou que seu programa de governo inclui 50 mil novas unidades habitacionais no Rio. Queiroz defendeu a instalação de câmeras de alta definição nas ruas para ampliar a segurança. 

Pelas regras do debate, participaram os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares; que alcançaram pelo menos 6% de intenções de voto na última pesquisa Quaest, de 30 de setembro; e que não possuem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum.

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