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Redutos da base concentram repasses federais à Delta

81% dos recursos destinados à construtora tiveram origem em governos ou ministérios comandados pela base aliada. Nesta terça, CPI ouve Carlos Lereia

Por Tai Nalon
4 set 2012, 07h39

Integrantes da CPI do Cachoeira identificaram, a partir das declarações de imposto de renda da construtora Delta remetido aos parlamentares, que, dos 7,4 bilhões de reais pagos ou creditados à empresa, 81,16% tiveram origem em governos ou ministérios dominados pela base aliada ao governo federal de 2008 para cá.

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Do total, 45% foi repassado pelo PR, partido que comandava o Ministério dos Transportes até o ano passado. Ex-diretor do Dnit, Luiz Antonio Pagot foi ouvido na CPI nesta semana. São 3,365 bilhões sob o guarda-chuva da legenda, contra 1,348 bilhão do PMDB, e 1,298 bilhão do PT. O PSDB aparece em quatro lugar, com 501 milhões.

As informações devem ser usadas para endossar nova remessa de requerimentos a serem votados nesta semana na CPI. Corroboram também gravações telefônicas captadas pela Polícia Federal, que mostraram a quadrilha de Carlinhos Cachoeira muito preocupada com Pagot, que ameaçava delatar o esquema desde que foi apeado do Dnit. Os parlamentares da oposição, queixosos de que as audiências recentes têm resultado em poucas revelações, insistem em pedir pelo desmembramento dos tentáculos da Delta pelos estados.

Do outro lado, governistas satisfeitos com o desgaste do governador Marconi Perillo (PSDB-GO) resistem em expôr sobretudo a influência da construtora no Rio de Janeiro – estado dominado pelo PMDB e que concentra, segundo esse mesmo relatório, a imensa maioria dos repasses da empresa.

O Rio de Janeiro tem 20% de todo o aporte direcionado à Delta: 1 471 bilhão. É seguido por São Paulo, com 451 milhões de reais, ou 6,34% dos repasses. Goiás detém 5,21%, cerca de 382 milhões de reais.

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O relatório ainda engloba, a partir da análise do sigilo bancário da Delta, todas as fontes que abasteceram as contas da empresa, de origem pública ou privada. De um total de 9 036 bilhões, o Rio de Janeiro é novamente campeão em repasses: concentra 29,21% dos aportes, ou 2 639 bilhões de reais. São Paulo vem em seguida, com 7,04% ou 636 milhões de reais. Goiás, Pará e Distrito Federal também têm participação relevante, com 3,61%, 2,72% e 2,64%. A União aparece como segunda maior cliente – 1 761 bilhão, ou 19,49%.

O Dnit aparece novamente no centro dos repasses à construtora: principal cliente, detém 1 273 bilhão dos pagamentos à construtora. No Rio de Janeiro, os clientes vão desde a Secretaria de Estado da Fazenda até o gabinete do governador Sergio Cabral.

Terça-feira – A CPI do Cachoeira ouve nesta terça-feira o deputado federal Carlos Lereia (PSDB-GO), suspeito, segundo a Polícia Federal, de ter recebido dinheiro do contraventor e atuado a favor dele em operação policial.

Lereia responde, desde abril, a processo na Câmara. Isolado no partido, deve ser investigado pelo Conselho de Ética da Casa a respeito das relações com o bicheiro. Ele admite ser amigo de Carlinhos Cachoeira, mas nega ter conhecimento do esquema gerenciado por ele.

As conversas interceptadas revelam que Cachoeira pagou pelo menos 65 000 reais a Leréia ao longo de seis meses no ano passado. Há menção ainda a um cheque de 206 000 reais e a um empréstimo de 400 000 reais para o deputado. Assim, a cifra repassada a Leréia pela quadrilha de Cachoeira ultrapassaria os 600 000 reais.

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Os parlamentares também ouvirão nesta terça André Teixeira Jorge, funcionário da construtora Delta e apontado como laranja no esquema criminoso. Investigações da PF indicam que sua evolução patrimonial e sua movimentação financeira são incompatíveis com sua renda.

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