Recuperação de Lula deixa Brasília impaciente à espera de cargos
Segundo assessores, presidente só pretende anunciar indicados para o STF e a PGR quando puder se reunir com políticos e aparecer em público
Enquanto deputados e senadores deflagram em público uma ofensiva de contenção — e retaliação — ao Supremo Tribunal Federal (STF), os bastidores de Brasília fervilham com outro assunto: as indicações que o presidente Lula fará para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para a vaga aberta com a aposentadoria da ministra do STF Rosa Weber, além do possível loteamento de cargos de direção da Caixa Econômica Federal para contemplar o Centrão.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já cobrou as mudanças na Caixa, que abririam espaço para indicados de seu grupo político. Ministros do Supremo e caciques partidários também tentam convencer Lula a escolher determinados nomes para a PGR e o STF. Longe dos holofotes, as pressões, as disputas e a ansiedade são cada vez maiores. Nada, no entanto, que faça o petista bater o martelo. Como faz desde o início de seu terceiro mandato, Lula quer deixar claro que o tempo da decisão é dele.
O presidente, que costuma não ter pressa nesse tipo de caso, ainda tem um pretexto a seu favor. Segundo seus assessores, ele só deve anunciar as decisões quando estiver recuperado das cirurgias no quadril e nas pálpebras — ou em condições de seu reunir com as autoridades e os políticos diretamente interessados nos postos.