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Reação do governo depende mais de Lula do que de novos ministros

Presidente empurrou com a barriga problemas de sua gestão e contribuiu diretamente para as desconfianças sobre a política fiscal

Por Daniel Pereira 4 jan 2025, 14h27

Desde 2023, petistas históricos, integrantes da cúpula do Congresso e auxiliares do presidente da República apontam uma série de problemas no governo. Eles vão da falta de coordenação na equipe à fragilidade na articulação política, das falhas na comunicação à inexistência de rumo, passando por intermináveis disputas internas. Sem paciência para a agenda doméstica, Lula empurrou essas questões com a barriga o quanto pôde.

Com a derrota da esquerda na eleição municipal e o fortalecimento contínuo do Centrão, grupo que continuará a dar as cartas no Congresso nos próximos dois anos, o presidente parece finalmente convencido a reagir, acionar um freio de arrumação e realizar uma reforma ministerial. As mudanças serviriam para dar uma chacoalhada na gestão, fortalecer o conceito de frente ampla usada para vencer Jair Bolsonaro e tentar amarrar partidos de centro e até de direita a uma eventual candidatura à reeleição do petista — ou à candidatura de um nome escolhido por ele.

Nas conversas em andamento, fala-se em dar mais espaço ao PSD, sigla que mais conquistou prefeituras no ano passado, e até ao PP, um dos alicerces da administração Bolsonaro. Fala-se também em convidar os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, para pastas de destaque, que também poderiam ser oferecidas à comandante do PT, a deputada Gleisi Hoffmann. Uma mudança considerada certa será na Comunicação da Presidência, cuja atuação é considerada desastrosa pelo próprio Lula, quer quer apresentar mais resultados ao eleitorado — e azeitar a sua aliança política — antes de 2026.

Capitão do time

Único brasileiro a conquistar três vezes a Presidência, Lula é experiente e considerado um craque da político. Ele sabe muito bem que uma troca no elenco pode ajudar o governo, mas não resolverá o problema. Qualquer ajuste na equipe, qualquer mudança de rota, depende mais dele, um notório centralizador, do que do escrete de ministros. Numa sinfonia, cabe ao maestro manter a harmonia, e a batuta de Lula tem se mostrado vacilante.

Até hoje, o presidente tem deixado correr solta a disputa entre os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad, que atravanca projetos e divide os governistas. Apesar de ter avalizado boa parte das medidas de corte de despesas de Haddad, Lula também se consolidou como o principal rival do chefe da equipe econômica ao insistir na tese de que o gasto público deve ser usado para acelerar o crescimento.

Essa dubiedade tem cobrado um preço caro ao país na forma de juros, dólar e inflação mais altos. “Acho que um ajuste político importante seria o presidente afirmar um apoio maior ao ministro da Fazenda, para que ele possa ajustar as nossas contas públicas, especialmente completando o quadro de reformas que mandou para o Congresso”, declara Alberto Aggio, professor de ciências políticas da Unesp.

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