Espelho do Brasil apelidado de “swing state”, Minas Gerais é o estado que define a eleição no país. O candidato que ganha entre os mineiros leva a presidência da República.
No primeiro turno, Lula venceu, obtendo 48,29% dos votos registrados para o Palácio do Planalto (ou 5.802.571). Bolsonaro conseguiu 43,60% dos votos (ou 5.239.264).
Mas como está o estado-termômetro do pleito a apenas três dias do segundo turno?
Segundo a nova rodada da Genial/Quaest, Lula tem 45% ante 40% de Jair Bolsonaro. Em votos válidos, isso corresponde a 53% versus 47%. Curiosamente, é exatamente o que mostra a média das pesquisas nacionais.
Na terra de Lima Duarte e Milton Gonçalves, o petista leva vantagem no interior, enquanto o líder da extrema direita lidera na capital. Na região metropolitana da grande Belo Horizonte, empate.
Incrível a divisão do Brasil.
Entre os “likely voters” (eleitores mineiros cujo perfil e interesse em política tendem a levá-los a ir votar com maior probabilidade), Lula vence com importante, mas apertada vantagem: 52,2% a 47,8%,
Essa diferença na porcentagem se repete quando a pergunta da pesquisa aos entrevistados é sobre o medo: cerca de 4% dos entrevistados tem mais temor da continuidade de uma gestão Bolsonaro do que da volta do PT.
Nos últimos trinta dias, uma notícia ruim para o atual presidente – isso, entre os que nasceram no mesmo estado de Pelé: subiu de 32% para 37% o número daqueles que acreditam que o atual governo é… péssimo.
Usando Romeu Zema – governador reeleito – como alavanca e a máquina mineira a seu favor junto com a do governo federal, Bolsonaro fez de tudo tentar virar o jogo no estado.
Nesta quarta-feira, 26, Bolsonaro estava, inclusive, no interior de Minas, ao lado de Zema, quando decidiu mudar a agenda e voltar para Brasília para tentar tumultuar as eleições com uma fragorosa fake news.
Contudo, mesmo com o investimento em Minas e esperneio em nível nacional, 68% dos mineiros dizem que o apoio do governador não muda em nada a decisão do voto no próximo dia 30.
Lula vence entre os mineiros mais pobres. Bolsonaro, entre os mais ricos.
O líder da extrema direita ganha entre os evangélicos. O petista, entre os católicos.
O atual presidente leva vantagem entre os homens. O ex-presidente, entre as mulheres.
As Minas Gerais espelham ou não espelham o Brasil?
“Não houve um presidente que venceu a eleição sem vencer no estado. FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro ganharam a confiança dos mineiros e conseguiram a maioria dos votos para vencer no Brasil. Por se tratar de um estado com tantas influências regionais, MG acaba sendo uma amostra do país”, afirmou à coluna Felipe Nunes, cientista político responsável pelo levantamento.
E os dados que vêm da terra de Joaquim José da Silva Xavier, o mártir conhecido por Tiradentes que ressignificou a identidade do Brasil, são sólidos.
Muito sólidos!
Faltam três dias, Brasil!