Quem é quem na comitiva de Lula que representa o Brasil na COP27
Já cumprindo agenda de autoridade internacional, presidente eleito desembarca nesta semana no Egito para participar da conferência do clima
Já cumprindo agenda de autoridade internacional, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta semana em Sharm el-Sheikh, no Egito, para participar da COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. A cúpula é o primeiro evento internacional do qual Lula participa desde que venceu a eleição para presidente da República, em 30 de outubro.
O petista chega acompanhado da comitiva de governadores da região Norte, além de contar com a atuação de um verdadeiro batalhão de aliados, que desde a última semana têm realizado encontros com diversas autoridades representando o Brasil na conferência voltada ao enfrentamento da crise climática. Entre os nomes, estão as ex-ministras do Meio Ambiente Marina Silva e Izabella Teixeira e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
O deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), coordenador do núcleo ambiental da campanha de Lula, foi um dos representantes da comitiva. O parlamentar, que participou de reuniões para discutir as expectativas sobre o futuro governo no que diz respeito ao cumprimento de metas da agenda socioambiental, avaliou como positiva a ida de Lula à conferência. “Lula vai cumprir papel importante no chamamento de responsabilidade dos países no âmbito do clima, em contrapartida com uma agenda ambiental que estava abandonada. Todos têm clareza de que o programa do Lula vai enfrentar o desmatamento”, diz Tatto.
Veja abaixo alguns dos nomes da comitiva petista:
Lula: o presidente eleito participa, na quarta-feira 16, do evento “Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática”, ao lado dos governadores Waldez Góes (PDT), do Amapá; Gladson Cameli (PP), do Acre; Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso; Helder Barbalho (MDB), do Pará; Wanderlei Barbosa (Republicanos), do Tocantins; e Marcos Rocha (União), de Rondônia. No mesmo dia, fará seu pronunciamento na área da ONU, a Blue Zone. Na quinta-feira 17, Lula se encontrará com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub, e com o Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.
Marina Silva (Rede-SP): a ex-ministra do Meio Ambiente — e fortemente cotada para reassumir a pasta — participa de uma bateria de encontros, entre eles uma reunião com o ministro do Meio Ambiente do Reino Unido sobre o compromisso assumido por Lula de desenvolver o Brasil com democracia e sustentabilidade, transição energética, agricultura de baixo carbono, apoio às comunidades indígenas e tradicionais, desmatamento zero, bioeconomia e alternativas econômicas sustentáveis. Junto ao governo alemão, firmou compromisso de participação no Fundo Amazônia e de cooperação em outras frentes como ciência e tecnologia, inovação e mobilização de recursos para investimento em instituições de filantropia para atendimento imediato às populações vulneráveis. Ao assessor especial do presidente dos Estados Unidos Joe Biden para o clima, John Kerry, sugeriu a integração do país ao Fundo.
Jaques Wagner (PT-BA): presidente da Comissão do Meio Ambiente do Senado, o parlamentar teve encontros com lideranças para falar sobre como a pauta das mudanças climáticas tem sido debatida no Congresso, apresentou os principais resultados do Fórum da Geração Ecológica e os desafios levantados pela sociedade civil para o próximo governo. Também esteve com representantes da Alemanha e da China, da indústria química e do Greenpeace para debater ações de proteção da biodiversidade brasileira e financiamento climático.
Jean Paul Prates (PT-RN): presidente da FPRNE (Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia), o senador terá sua participação focada na transição energética. Nesta segunda-feira, 14, participa de painel com parlamentares de todo o mundo cujo tema é a legislação em relação à sustentabilidade. Prates, que é cotado para assumir a presidência da Petrobras no futuro governo, vai apresentar o case do Rio Grande do Norte, que passou do posto de primeiro produtor de petróleo em terra do Brasil para a posição de maior gerador de energia renovável a partir da fonte eólica. Falará, ainda, sobre propostas como o projeto de lei de geração de energia no mar, o de regulação de captura e armazenamento de CO2 em reservatórios e a relatoria da lei dos aterros sanitários para produzir biogás.