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Quatro anos depois, dupla posa de novo com placa quebrada de Marielle

Desta vez, foto de Rodrigo Amorim e Daniel Silveira foi feita no gabinete do deputado estadual, onde placa está emoldurada

Por Caio Sartori 8 mar 2022, 09h00

Uma das cenas mais marcantes das eleições de 2018, a quebra da placa de Marielle Franco pelas mãos de Rodrigo Amorim e Daniel Silveira, então candidatos pelo PSL, foi reeditada na semana passada. Preso em fevereiro de 2021 por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Silveira visitou o gabinete do parlamentar estadual, onde metade da placa está emoldurada. Sorridentes, eles posaram para foto – obtida por VEJA – com o objeto. Nela, lê-se o termo “Direitos Humanos”. Ao fundo, também enquadrados, estão um fuzil e um retrato do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho zero um do presidente Jair Bolsonaro (PL).  Nesta terça-feira, 8, comemora-se o Dia Internacional da Mulher.

A imagem original foi feita em Petrópolis, na região serrana do Rio, em outubro de 2018. Vereadora na capital fluminense pelo Psol, Marielle foi executada a tiros em março daquele ano, no Centro do Rio. O acusado de efetuar os disparos, Ronnie Lessa, está preso e deu entrevista exclusiva a VEJA na semana passada. Os mandantes, contudo, ainda não foram descobertos. O crime completa quatro anos na semana que vem, dia 14. 

“Eu e Silveira continuamos muito alinhados, tomando decisões em conjunto. Nunca nos arrependemos do gesto, mesmo criticado, porque sempre deixamos claro que a nossa questão era com o Psol, que explorava e ainda explora esse episódio lamentável do assassinato covarde da vereadora. Nosso gesto foi de restauração da ordem e está mais do que provado que, para as mulheres, a ordem é preferível ao caos”, alegou Amorim, ao comentar a nova foto.

À época da quebra da placa, Flávio foi na mesma linha de dizer que o ato tinha sido feito para “restabelecer a ordem”, afirmando que colocá-la sobre placas oficiais do Rio era prejudicial ao funcionamento da cidade. Outro que estava na foto original ao lado de Amorim e Silveira era Wilson Witzel (PSC), eleito governador e cassado no ano passado por suspeitas de corrupção. Uma vez no cargo, ele passou a pedir desculpas pelo episódio.

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Quando ainda estava na cadeia, antes de conseguir a substituição do regime fechado por medidas restritivas, Silveira se filiou ao PTB de Roberto Jefferson, que tem virado uma casa para bolsonaristas sem espaço no PL. Apesar dos problemas com a Justiça, ele cogita concorrer ao Senado pelo Rio neste ano – e chegou a receber um áudio do presidente Jair Bolsonaro endossando a ideia. Amorim será candidato à reeleição na Alerj, ainda sem definição se pelo o PL ou o PTB.

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