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PT vai à Justiça Eleitoral para tentar conter onda evangélica contra Lula

Advogados da federação formada em torno da candidatura de Lula tenta retirar do ar post de Eduardo Bolsonaro que dizia que ex-presidente quer fechar igrejas

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 22 ago 2022, 08h44 - Publicado em 21 ago 2022, 18h52

A federação de partidos que apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República ingressou neste domingo, 21, com uma petição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra informações divulgadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O PT, PC do B e PV solicitam que a Justiça determine a retirada do ar de um post em que o filho do presidente afirma que “Lula e o PT apoiam a invasão de igrejas e a perseguição de cristãos”.

Para os advogados dos partidos, as afirmações não passam de fake news: “Ao contrário do que afirma o Representado, no primeiro ano de governo o ex-presidente Lula sancionou a lei que permitiu que igrejas e associações religiosas pudessem ter personalidade jurídica. Em 2009, instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus e, em 2010, o Lula sancionou lei que criou o Dia Nacional do Evangélico”, alegam na inicial. 

A iniciativa faz parte de uma tentativa da campanha petista de conter as informações que estão sendo divulgadas nas redes dos eleitores evangélicos e que têm sido apontadas como responsáveis por fazer Jair Bolsonaro recuperar o terreno junto a este público.

Nas últimas semanas pastores ligados às principais denominações evangélicas do país passaram a divulgar conteúdo pelas redes sociais afirmando, sem provas, que o ex-presidente pretende fechar igrejas caso seja eleito. Um vídeo de Lula participando de um ritual de religião de matriz africana, tomando banho de pipoca também se tornou viral. Os líderes religiosos têm comparado o PT ao demônio e associado a imagem de Lula a do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que fechou templos em seu país.

A estratégia trouxe resultados nas intenções de voto. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, a diferença entre os dois principais candidatos ao Planalto caiu consideravelmente nos últimos seis meses. Em maio, Lula contava com 36% da preferência desse grupo e Bolsonaro tinha 39%. Em agosto, porém, o petista caiu para 32%, ao passo que o presidente passou a ter 49%. Os evangélicos representam cerca de 27% do eleitorado.

Em comícios e atos públicos, Lula tem contra-atacado. Chegou a afirmar que alguns pastores são uma “facção” e comparou Bolsonaro aos Fariseus, grupo de judeus que se opôs a Jesus Cristo, segundo a Bíblia.

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