PT e PSOL não participarão de posse de Bolsonaro no Congresso
Legendas criticam presidente eleito e citam acusações de que campanha vitoriosa teria disseminado notícias falsas e mentiras contra adversários
Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) não devem participar da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional. Com 56 deputados eleitos, o PT deve formar a maior bancada da Câmara, seguida do PSL. No senado, o partido conquistou seis cadeiras.
“Mantemos o compromisso histórico com o voto popular, mas isso não nos impede de denunciar que a lisura do processo eleitoral de 2018 foi descaracterizada pelo golpe do impeachment, pela proibição ilegal da candidatura do ex-presidente Lula e pela manipulação criminosa das redes sociais para difundir mentiras contra o candidato Fernando Haddad”, diz nota assinada por Paulo Pimenta, líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias, líder do partido no Senado, e Gleisi Hoffmann, presidente do PT.
O partido acusa, ainda, o futuro governo de ser um “aprofundamento das políticas entreguistas e ultraliberais do atual governo”, com “revogação já anunciada de históricos direitos trabalhistas”.
No Twitter, a presidente nacional do PT, a senadora e deputada eleita Gleisi Hoffmann (PR), comentou a decisão: “Estivemos nas posses presidenciais no Congresso desde a abertura democrática. Desta vez não estaremos. Temos compromisso com o voto, mas não com a utilização dele para odiar, exterminar, excluir direitos do povo”.
PSOL
Em nota, o PSOL, partido que elegeu dez deputados federais no pleito de outubro, também informou que boicotará a solenidade da posse de Bolsonaro e do vice-presidente eleito, Hamilton Mourão (PRTB). Segundo o partido, a posse é um ato formal, mas “também é um momento de festa”, o que justifica a ausência. “Para o PSOL, não há nada a comemorar”.
“O governo que se iniciará no próximo dia 1º tem como princípios o ódio, o preconceito, a intolerância e a violência. Bolsonaro e seus ministros desprezam os direitos humanos, a soberania nacional, a democracia e os direitos sociais”, argumenta a executiva do partido, em texto que também cita a existência de ações contra a chapa de Bolsonaro por supostos crimes eleitorais. “Sua vitória [do presidente eleito], além de se assentar no medo e na desilusão com o sistema político brasileiro, também se deve à fraude promovida pelas mentiras disseminadas contra seus adversários”, aponta.