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Postura olímpica de Lula será testada nas eleições municipais

Desafio do presidente é resistir à tentação de privilegiar o PT e não melindrar as legendas que lhe dão apoio na administração federal

Por Daniel Pereira 18 nov 2023, 15h46

Em seus dois mandatos presidenciais anteriores, Lula costumava dizer que não se envolveria nas eleições municipais, a não ser, claro, quando houvesse uma disputa entre um aliado e um oposicionista. No próximo ano, é provável que siga o mesmo receituário, mas, mesmo com todos os cuidados que precisa ter para não melindrar integrantes da frente ampla que apoia o governo, ele tentará cumprir pelo menos dois objetivos.

O primeiro, mais imediato, é redimir o PT, que em 2020 elegeu apenas 183 prefeitos, o pior desempenho do partido neste milênio. O segundo, de médio prazo, é costurar acordos que permitam o crescimento também de outras legendas governistas, de forma que a aliança como um todo saía fortalecida. Por ordem do presidente, o PT deve abrir mão de concorrer, por exemplo, no Rio de Janeiro e no Recife, compondo com candidatos do PSD e do PSB, respectivamente.

A um ano das eleições, quando as campanhas ainda não tomaram as ruas, o plano de Lula de adotar uma postura olímpica parece de fácil execução, mas não é. Em grandes colégios eleitorais, haverá embates diretos entre apoiadores do presidente, cuja missão é impedir que tais duelos municipais causem turbulência na administração federal, atrapalhem a governabilidade e prejudiquem a sua provável campanha à reeleição.

Em São Paulo, por exemplo, o PT assumiu o compromisso de apoiar a candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) à prefeitura, hoje comandada por Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição. Lula já deu declarações favoráveis a Boulos, que concorrerá também com outro nome do campo da esquerda, a deputada federal Tábata Amaral (PSB), defendida com entusiasmo pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin.

Em Belo Horizonte, o PT formalizou a pré-candidatura do deputado federal Rogério Correia, que tentará impedir a reeleição do prefeito Fuad Noman, filiado ao PSD,  partido que controla três ministérios, preside o Senado com Rodrigo Pacheco e é comandado por Gilberto Kassab, influente secretário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, um dos principais líderes da oposição a Lula.

O desafio do presidente é resistir à tentação de privilegiar o PT e não melindrar as legendas que lhe dão apoio na administração federal. A vitória que interessa a Lula é em 2026 — de preferência, com o apoio de uma ou duas dezenas de partidos.

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