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Polícia Militar do Rio é a campeã de corrupção no Brasil

No estado, 7,2% das pessoas afirmam ter sido vítimas de extorsão ou obrigadas a pagar propina, como mostra Pesquisa Nacional de Vitimização, do Datafolha

Por Da Redação
8 abr 2013, 18h28

O Rio de Janeiro é líder em corrupção da Polícia Militar no Brasil, aponta a Pesquisa Nacional de Vitimização, que teve uma prévia divulgada nesta segunda-feira. Das 8.550 pessoas entrevistadas no estado, 7,2% (619) afirmaram já ter sido vítimas de extorsão ou tiveram de pagar propina a algum PM. Acima da média nacional, de 2,6%, ainda estão os estados de Amapá (5,3%), Pará (5,3%), Rio Grande do Norte (5%), Amazonas (4,8%), Alagoas (3,8%), Pernambuco (3,6%), Goiás (3,5%) e Mato Grosso (3,1%).

Do total de pessoas que disseram já ter sido vítima de corrupção policial no Brasil (2.047 pessoas), 30,2% estão no Rio, superando São Paulo, o estado mais populoso, que tem 18,2% desse tipo de ocorrência, segundo a pesquisa. A propina nem sempre está relacionada a dinheiro em espécie. Em novembro do ano passado, um grupo de nove policiais militares foi preso acusado de corrupção e extorsão. Fazia-se qualquer negócio: eram aceitos até frangos, queijos e goiabada como pagamento para liberar veículos irregulares no Posto de Controle de Trânsito Rodoviário 16, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio.

A Pesquisa Nacional de Vitimização também destaca a percepção da população em relação aos agentes. Dos entrevistados, 61,3% acreditam que a extorsão é acobertada com a ajuda do silêncio de outros PMs. “Percebemos que em todos os critérios utilizados, as pessoas consideraram em sua grande maioria que os policiais fazem vista grossa à desonestidade”, enfatiza o texto do estudo. O maior índice neste caso foi observado em estados da região Norte (Amazonas, Pará e Roraima, cujo porcentual ultrapassa os 70%).

Civil – O pior retrato esboçado no estudo é da Polícia Militar, mas a Civil também é citada no que diz respeito a extorsão. O índice de pessoas que se disseram vítimas, no entanto, é menor, 0,8% – embora seja preciso considerar que a PM é a força de segurança que atua diretamente nas ruas. Neste quesito, o campeão é o estado do Pará, onde 2,7% das pessoas entrevistadas afirmam já ter sido obrigadas a pagar propina a um policial civil. Acima da média nacional ainda estão o Amazonas (1,2%) e, novamente, o Rio de Janeiro (1,2%), além de Alagoas (1,1%).

A Polícia Civil do Rio informa que no ano passado 26 policiais foram expulsos da corporação por envolvimento em corrupção, extorsão, contravenção, entre outros crimes. Nos primeiros três meses deste ano, nove foram exonerados. “A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) atua com severidade e transparência para punir qualquer tipo de desvio de conduta de autoridades policiais e agentes”, destaca. Procurada, a Polícia Militar do Rio não se manifestou sobre os dados divulgados.

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O estudo, encomendado ao Datafolha pelo Ministério da Justiça e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, ainda está em curso e se refere ao ano de 2012.

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