Polícia Federal deflagra nova fase da Operação Circus Maximus
Investigações decorrem da Operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão
A Polícia Federal no DF deflagrou uma nova fase da operação Circus Maximus, desdobramento da Greenfield, que investiga fraudes em fundos de pensão. A ação conta com o apoio da PF no Rio de Janeiro.
Deflagrada em janeiro, a Circus Maximus tem como alvo uma suposta organização criminosa no Banco de Brasília (BRB). Segundo as investigações, o grupo pratica desde 2014, junto com empresários e agentes financeiros, crimes contra o sistema financeiro, corrupção, lavagem de dinheiro e gestão temerária.
Ao apresentar denúncia em fevereiro, o Ministério Público Federal argumentou que as investigações comprovaram a existência de um esquema de pagamento de propina para liberação dos investimento e detalhou as articulações entre os agentes públicos, financeiros e empresários.
De acordo com o MPF, o BRB teve um prejuízo de cerca de R$ 348 milhões com as fraudes. O esquema consistiu, explicam os investigadores, no pagamento de propina para que o BRB e outros fundos de pensão aportassem valores em, pelo menos, dois empreendimentos: o FIP LSH (relacionando ao antigo Trump Hotel, na Barra da Tijuca) e o FII SIA (relacionado ao empreendimento Praça Capital, desenvolvido pela Odebrecht Realizações e pela Brasal Incorporações).
Além de pedir a condenação dos 17 alvos da apuração, o MPF também solicitam à 10ª Vara Federal em Brasília confisco de valores e uma indenização correspondente ao triplo das quantias desviadas por cada um.
Esquema
A denúncia afirma que foram emitidas notas fiscais frias a fim de “branquear dinheiro em espécie acumulado” pelos dirigentes do banco e que e-mails revelam o envio de informações privilegiadas entre os acusados. Isso, diz o MPF, traria ganhos financeiros ilícitos aos envolvidos, a despeito de investimentos duvidosos com o dinheiro público.
“Para a FT Greenfield, ficou comprovado o uso da estrutura da BRB DTVM para concentrar as decisões de administração dos empreendimentos e a decisão de investimento como forma de geração de oportunidades para a cobrança de propinas. Além da corrupção, ficou claro que a estrutura montada gerava conflitos de interesses, além do reiterado desatendimento de regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, diz nota divulgada pelo MPF.
(com Estadão Conteúdo)