PF prende oito acusados de desviar verba do Ministério do Trabalho
Batizada de Pronto Emprego, operação apontou irregularidades no repasse de R$ 47,5 milhões ao Centro de Atendimento ao Trabalhador em SP e no RJ

A Polícia Federal (PF) prendeu oito pessoas acusadas de desviar recursos públicos oriundos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que deveriam ter sido aplicados na criação e manutenção de centros públicos de empregos administrados pela ONG Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat) em São Paulo e no Rio de Janeiro. A operação, batizada de Pronto Emprego, emitiu também 38 mandados de busca e apreensão.
Segundo a PF, as investigações foram iniciadas em janeiro deste ano e foram feitas em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU).
A investigação aponta que o Ceat realizou lavagem de dinheiro das verbas desviadas, além de ter feito doações fictícias e falsificado informações sobre prestação de serviços. Ao todo, a ONG recebeu, desde 2009, cerca de 47,5 milhões de reais do MTE. A PF ainda não sabe a quantia total desviada.
De acordo com a PF, os investigados vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro, cujas penas, somadas, podem chegar a 37 anos de prisão.
Assessor – Um assessor do segundo escalão do ministério foi o oitavo preso na operação. Ele foi flagrado recebendo 30 000 reais em propina da diretoria do Ceat, segundo a polícia. O flagrante foi feito em um hotel no centro de São Paulo.
Apesar de trabalhar para uma secretaria da pasta, o servidor era “bem próximo ao poder”, segundo o delegado da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin), Alberto Ferreira Neto, e tinha cerca de 20 anos de carreira.
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(Atualizada às 17h03)