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PF indicia Alckmin por corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois

Investigação se baseia em informações da delação de executivos da Odebrecht no âmbito da Lava Jato

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jul 2020, 18h59 - Publicado em 16 jul 2020, 17h32

A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira, dia 16, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) pela supeita de crimes de corrupção passiva, falsificade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas que variam de 3 a 12 anos de prisão. Trata-se de uma fase da Operação da Lava Jato que tramita na Justiça Eleitoral paulista.

A investigação policial se baseia em informações prestadas na delação premiada de executivos do Grupo Odebrecht. Além de Alckmin, também foram indiciados o seu ex-tesoureiro de campanha e ex-secretário do Planejamento Marcos Antônio Monteiro e o seu ex-assessor de Planejamento Sebastião Alves de Castro.

Em nota, a PF informou que, além dos depoimentos dos colaboradores, levantou informações do sistema de informática da empreiteira, análise de conversas telefônicas e de documentos, “indicando a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel”.

O PSDB, que já foi presidido por Alckmin, se pronunciou sobre o indiciamento, reforçando a “confiança” no governador que “sempre levou uma vida modesta e de dedição ao serviço público” e “é uma referência de correção e retidão na vida pública”, diz a nota assinada pelo atual presidente da sigla, Bruno Araújo.

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As investigações iniciadas a partir da delação da Odebrecht apuram um total de 10,3 milhões de reais que teriam sido repassados às campanhas do tucano, em 2010 e 2014, que governou São Paulo por quatro mandatos e se candidatou à presidência da República na última eleição, em 2018.

Em algumas planilhas entregues pela empreiteira à Justiça, figura o codinome “M&M” como beneficiário de uma quantia de 8 milhões de reais em 2014. “M&M” seria uma referência a Marcos Monteiro e os valores teriam sido pagos em relação às obras da Linha 6 do Metrô e do Emissário da Praia Grande (SP).

Inicialmente, o inquérito foi aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 2017, mas depois “desceu” para a Justiça Eleitoral assim que Alckmin renunciou ao posto de governador para disputar o pleito presidencial, perdendo o foro privilegiado.

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A PF também teve acesso a provas obtidas em outros processos que tramitam na Justiça contra Alckmin. Um deles se refere ao esquema do doleiro Álvaro Novis, que estruturava os pagamentos em espécie do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, o “setor da propina”. Os investigadores apontam Sebastião Alves, homem de confiança de Marcos Monteiro, como um dos supostos emissários que recebiam esse dinheiro destinado a campanhas eleitorais.

 

 

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