PF faz buscas em gabinete de irmão de Geddel na Câmara
Deputado Lúcio Vieira Lima, também do PMDB, é investigado sobre possível relação com os R$ 51 milhões encontrados em um imóvel de Salvador
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta segunda-feira, um mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), na Câmara dos Deputados. Lúcio é irmão do ex-deputado e ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e é investigado por suspeita de ter ligação com os 51 milhões de reais encontrados em um apartamento ligado aos irmãos em Salvador (BA).
As buscas no gabinete foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizadas pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin. Como Geddel não tem mandato, o caso tramitava na primeira instância, mas foi enviado ao STF pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira após a inclusão de Lúcio Vieira Lima, que tem foro privilegiado, entre os suspeitos.
No último dia 5 de setembro, a Polícia Federal chegou ao imóvel após denúncias anônimas, na operação batizada de Tesouro Perdido. Foi a maior apreensão em dinheiro vivo da história do Brasil, com notas encontradas em malas e caixas deixadas no apartamento. Reportagem de VEJA contou que os investigadores suspeitam que o valor pudesse não ser apenas dos políticos baianos, mas sim uma espécie de “banco informal” do PMDB.
No depoimento prestado à PF, o dono do apartamento situado em Salvador onde foram encontrados os 51 milhões de reais, Silvio Antônio Cabral da Silveira, disse que foi Lúcio quem pediu o imóvel emprestado e que o fez em nome da amizade com o parlamentar, embora não conhecesse Geddel. Além disso, no local, foi encontrada uma fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada como empregada doméstica do congressista.
Três dias depois, em despacho, o juiz Vallisney Oliveira afirmou que a possibilidade de que os valores sejam recursos lícitos de Geddel Vieira Lima seria apenas uma “hipótese remota”. As evidências encontradas no imóvel ligando o dinheiro ao ex-ministro, que comandava a articulação política do governo Temer, justificaram que ele fosse preso em regime fechado novamente, após um período em regime domiciliar.
(Com Estadão Conteúdo)