PF deflagra nova fase da Lava Jato, autorizada pelo STF
Desdobramento da Operação Satélites mira pessoas ligadas a políticos investigados no Supremo, entre os quais advogado ligado a Renan Calheiros
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira a segunda fase da Operação Satélites, que mira pessoas ligadas a políticos que estão sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). A operação tem como objetivo aprofundar as investigações de desvios na Transpetro, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR), que solicitou a ação.
As buscas e apreensões foram autorizadas pelo ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo, para coletar provas de crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa.
A delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado serve de embasamento para a operação. Nos mandados, a PF e integrantes do Ministério Público Federal buscam documentos, equipamentos, mídias e arquivos eletrônicos, aparelhos de telefone, valores e outros objetos em endereços residenciais e comerciais em Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe, São Paulo e no Distrito Federal.
Um dos alvos da ação da Polícia Federal é o advogado Bruno Mendes, ligado ao senador Renan Calheiros (PMDB). Ele já ocupou o cargo de assessor parlamentar do peemedebista e foi gravado em uma das conversas de Machado entregues à Lava Jato. O escritório de Mendes foi alvo de mandados de busca e apreensão.
A operação é um desdobramento da Satélites, deflagrada pela PF em 21 de março, que teve como alvo pessoas ligadas a Renan e aos também senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, Humberto Costa (PT-PE) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
À época, em nota, a PF informou a Satélites foi a primeira vez em que se utilizou informações dos acordos de colaboração premiada firmados com executivos e ex-executivos da Odebrecht. Os acordos foram homologados pelo STF em janeiro deste ano.
(com Estadão Conteúdo)