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Petistas preveem novo fiasco eleitoral no estado de São Paulo

A meta do partido, que abriu mão de disputar na capital, é conquistar 20 das 645 prefeituras em jogo nas eleições deste ano

Por Daniel Pereira Atualizado em 8 Maio 2024, 13h28 - Publicado em 6 abr 2024, 21h00

Por ordem do presidente Lula, o PT não disputará, pela primeira vez desde a sua fundação, a eleição para a prefeitura de São Paulo, município que comandou com Luiza Erundina, Marta Suplicy e Fernando Haddad. O partido apoiará o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que enfrentará, entre outros, o candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e a deputada Tabata Amaral (PSB), que contará com a ajuda do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Uma candidatura petista na maior cidade do país tinha todas as condições de ser competitiva. Na eleição presidencial de 2022, Lula venceu Bolsonaro na capital paulista por uma vantagem de sete pontos percentuais, cerca de 500 000 votos. O presidente optou, no entanto, por abrir mão da vaga para beneficiar uma legenda aliada, estratégia que impôs ao PT também em outros grandes colégios eleitorais, como Rio de Janeiro e Salvador.

A prioridade de Lula e do PT é a reeleição do presidente em 2026. Se necessário, o partido será sacrificado em nome desse objetivo, como ocorrerá na eleição municipal. No estado de São Paulo, por exemplo, os prognósticos não são nada favoráveis à legenda.

Fiasco 

Hoje, o PT comanda apenas 4 de 645 prefeituras em São Paulo. A meta é conquistar de 15 a 20 em outubro. Mesmo que esse objetivo seja alcançado, o resultado ficará muito abaixo das 73 prefeituras eleitas em 2012, quando o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, venceu na capital.

Petistas justificam o pessimismo partidário com pelo menos dois fatores. Um deles é a força de Jair Bolsonaro e da rejeição ao PT no estado de São Paulo, onde o ex-presidente venceu Lula por mais de dez pontos percentuais, ou 2,7 milhões de votos, em 2022. O outro fator é a prioridade dada à reeleição do presidente.

Como as articulações e as alianças têm de levar em consideração antes de qualquer coisa a futura campanha de Lula, o PT acabou sendo colocado de lado e deixando de se preparar de forma adequada para as disputas municipais. O sacrifício custará caro ao partido nas eleições de outubro.

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