Pela TV, pastor da Renascer faz campanha velada a Bolsonaro
Sem citar nomes, Estevam Hernandes exaltou atual governo e mandou recado para eleitorado: "É uma incoerência apoiar a destruição da família"

No mundo evangélico, a campanha eleitoral têm sido frequentemente abordada durante os cultos, que em alguns momentos, ganham ares de comício. O presidente Jair Bolsonaro (PL) que recebeu apoio formal das principais denominações, é sempre lembrado, embora de maneira indireta para não ferir a lei eleitoral que proíbe campanhas em espaços de uso comum, como templos religiosos.
A saída, muitas vezes, é apelar para imagens iconográficas que remetam a determinado candidato. No domingo, 9, durante um culto da Renascer em Cristo, Estevam Hernandes, fundador e pastor da igreja tratou das eleições e do futuro do país. Ao se dirigir aos fiéis, ele exaltou o presidente da República e candidato à reeleição, de maneira velada.
Usando uma camisa verde e amarela em que estava escrita a frase “ore pelo Brasil”, Hernandes chamou ao púlpito fiéis da igreja com vestidos estampados com a bandeira do Brasil. Além de explorar os símbolos pátrios, que se tornaram uma referência dos apoiadores do presidente, na prece, ele repetiu bordões que costumam ser usado por grupos bolsonaristas: “Não temos político de estimação. Mas é uma incoerência muito grande, quando alguém apoia a destruição da família, quando alguém apoia o aborto”, disse, dando a entender que o candidato Lula (PT) é alguém que “diz que serve a Deus, mas que faz aquilo que Deus não quer”.
O pastor seguiu a pregação exaltando o crescimento das igrejas evangélicas. Segundo projeções de especialistas, a religião vem crescendo e pode ultrapassar o catolicismo em 15 anos. “Seremos o maior país cristão evangélico do mundo”, sentenciou. Em seguida, pediu que as pessoas presentes no culto orassem pelo Brasil e exaltou o atual governo. “E que o Senhor abençoe o nosso presidente e todos os seus ministros que nos governam”.
Hernandes conclamou ainda os fiéis a orarem pelo Brasil diariamente e afirmou: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”, ignorando que a Constituição Brasileira determina que o Estado seja laico. A celebração foi exibida pela rede Gospel.
A pauta de costumes (aborto, união civil entre homossexuais e uso de drogas) tem sido uma das tônicas da campanha. Bolsonaro, que se diz contrário a todas elas, lidera a corrida ao Planalto entre público evangélico, de acordo com as pesquisas eleitorais.