PDT indica apoio à CPI do INSS se governo Bolsonaro também for investigado
Bancada de deputados se reuniu nesta terça-feira com o ex-ministro Carlos Lupi; além de pressionar gestão anterior, legenda decidiu desembarcar da base de Lula

A bancada do PDT na Câmara dos Deputados realizou na manhã desta terça-feira, 6, uma reunião para discutir os rumos da legenda após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência.
No encontro, que contou com a presença de Lupi, os pedetistas se debruçaram sobre a possibilidade de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os descontos irregulares nas mensalidades dos aposentados. Parlamentares de oposição pressionam as cúpulas da Câmara e do Senado a avalizar a comissão, que já conta com as assinaturas necessárias para a sua formalização.
Numa estratégia para ampliar o escopo das investigações, ficou pactuado que a bancada do PDT vai apoiar a criação de uma CPI caso fique expresso que ela vai apurar os descontos feitos a partir de 2018.
De acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU), entre 2019 e 2024, mais de 6 bilhões de reais foram cobrados dos aposentados – ainda não se sabe, desse total, qual valor era autorizado e qual fazia parte do esquema fraudulento. Os descontos foram mais expressivos a partir de 2023.
Os aliados de Lupi também defendem que ministros e secretários responsáveis pela Previdência desde 2018 sejam convocados e incluídos no pente-fino da CPI. Entre eles, estão o ex-secretário da Previdência e atual senador, Rogério Marinho (PL-RN), o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ex-ministro do Trabalho e Previdência, José Carlos Oliveira.
Com a condição, os pedetistas querem, na prática, tirar o escândalo do colo do governo Lula e arrastar o governo de Jair Bolsonaro para o centro da investigação – medida que, certamente refutada pelos oposicionistas, poderia ajudar a naufragar o colegiado antes mesmo de sua criação.
PDT desembarca da base de Lula
Também nesta manhã, a bancada do PDT na Câmara fez um ato de desagravo a Lupi e decidiu sair da base do governo Lula, declarando uma posição de independência. A legenda tem 17 deputados.
Não há, porém, a previsão de entrega do Ministério da Previdência, que desde sexta-feira é comandado pelo ex-deputado Wolney Queiroz, que foi líder do PDT até 2022 e era o número dois de Carlos Lupi na pasta.