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Guedes é investigado por suposta fraude com fundos de pensão, diz ‘Folha’

Segundo Ministério Público Federal, há indícios de que economista se associou a gestores de fundos de pensão de estatais; ele nega irregularidades

Por Da Redação Atualizado em 11 out 2018, 15h33 - Publicado em 10 out 2018, 09h34

O economista Paulo Guedes, que já foi anunciado pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) como seu ministro da Fazenda, caso seja eleito, é investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de fraudes em negócios com fundos de pensão de estatais.

No procedimento instaurado no último dia 2 , o órgão afirma existirem indícios de associação de Guedes com diretores e gestores de fundos de pensão, ligados ao PT e ao MDB, com o objetivo de cometer “crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras e emissão e negociação de títulos sem lastro ou garantias”. A informação é da Folha de S.Paulo.

Ao longo de seis anos, o economista captou ao menos 1 bilhão de reais, de entidades como Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa), Postalis (Correios) e BNDESPar, braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Segundo as investigações, os negócios foram feitos pela BR Educacional Gestora de Ativos, que pertence ao economista. Ela lançou dois fundos de investimentos que receberam, das entidades das estatais, 1 bilhão de reais em seis anos. Entre 2009 e 2013, um dos fundos obteve 400 milhões de reais para projetos educacionais. Os investigadores apuram se o negócio foi aprovado sem análise adequada e gerado ganhos excessivos.

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Parte do dinheiro das negociações foi injetada na HSM Educacional SA., controlada por Guedes, ainda segundo o jornal. Ela adquiriu de um grupo argentino 100% das participações em outra empresa, a HSM do Brasil, que buscava lucro na realização de eventos para estudantes e executivos e em palestras. A empresa, porém, apresentou prejuízos, afirma a reportagem, principalmente por causa das remunerações dessas palestras. Na época, o economista fazia conferências promovidas pela HSM. Os investidores tentam rastrear o dinheiro desses eventos para saber quem os recebeu.

A apuração foi instaurada pela força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga pagamentos de propina em fundos de pensão.

Outro lado

O economista negou participação nas fraudes. “Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso. Resta claro que essa iniciativa é uma afronta à democracia, cujo principal objetivo é o de confundir o eleitor”, afirmaram seus advogados, em nota. Eles negam que tenha havido “conduta antiética ou irregular” por parte de Paulo Guedes e afirmam que a reputação do economista “jamais foi questionada e é amplamente reconhecida no Brasil e no exterior”.

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A defesa de Guedes diz que o fundo da BR Educacional citada pelo jornal não causou prejuízo aos fundos de pensão. “Ao contrário. Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas.”

Também em nota, a HSM afirma que Paulo Guedes jamais foi sócio ou controlador da empresa. Também diz que não houve prejuízo no investimento do fundo citado pelo jornal.

“A HSM promove a Expo, o maior evento de educação corporativa da América Latina, trazendo para nosso país, há mais de trinta anos, os melhores pensadores e personalidades do planeta, tais como: Steve Wozniak, Ram Charan, Al Gore, Paul Krugman, Michael Phelps, Tom Peters, Salim Ismail, Peter Diamandis, JB Straubel, Jack Welch, Phillip Kotler, Jim Collins, Malcon Gladwell, William Ury, Thomas Friedman e outras tantas centenas de personalidades que se destacaram em nossos afamados eventos. Todas as palestras para os eventos promovidos pela HSM são divulgadas de forma ampla e pública, sendo contratadas em consonância com parâmetros adotados pelos referidos palestrantes em nível internacional”, afirma a empresa.

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