Passeata dos bombeiros para Copacabana
Avenida Atlântica foi fechada; moradores penduraram panos vermelhos nas janelas em apoio aos militares, presos após ocupar quartel central
A passeata em favor dos bombeiros do Rio de Janeiro, presos no dia 4 e soltos no sábado, reuniu milhares de pessoas em Copacabana, na zona sul da capital fluminense, neste domingo. Os bombeiros pedem ao governador Sérgio Cabral um aumento do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil, e anistia administrativa e criminal aos homens presos após a ocupação do quartel central da corporação, há uma semana.
Além dos militares, familiares e simpatizantes participaram do protesto. O movimento contou com forte apoio da população, com a presença de muitos idosos e crianças, que vestiram blusas e fitas vermelhas. Muitos moradores colocaram panos vermelhos nas janelas em sinal de apoio. A Avenida Atlântica chegou a ser fechada, já que os manifestantes ocuparam as duas pistas.
O movimento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro expôs o governo de Sérgio Cabral a um dos mais duros desgastes desde a sua posse, em 2007. O governador foi inábil ao lidar com a crise. A situação foi, sem dúvida, delicada, e a reivindicação por salários mais altos, justa. Mas a invasão ao Quartel General da corporação foi inaceitável. O desafio, passado o momento de maior tensão do movimento, é reabrir o debate. Cabe à corporação demonstrar a legitimidade de suas reivindicações e não virar massa de manobra da politicagem fluminense.
A passeata começou pouco depois das 10h e terminou às 14h30. Às 11h20, parentes dos bombeiros soltaram aos céus 439 balões de gás, representando cada um dos militares presos. O ato levou os participantes a bater palmas e acionar apitos e buzinas de carros. Moradores da Avenida Atlântica estenderam panos vermelhos em suas janelas para demonstrar apoio ao movimento.
“Este é um ato em apoio às reivindicações dos bombeiros e para mostrar que a população está do lado deles”, disse o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP). Também estiveram presentes os parlamentares fluminenses Marcelo Freixo, Janira Rocha (ambos deputados estaduais pelo PSOL), Alexandro Molon (deputado federal pelo PT), e o ex-deputado e jornalista Fernando Gabeira, entre outros.
Policiamento – Entre 300 e 400 policiais civis participaram do ato, segundo o presidente do sindicato local da categoria, Fernando Bandeira. Policiais militares também acompanharam a passeata, ao lado de líderes de professores e estudantes do Rio e de outros Estados.
Carros da Polícia Militar e da unidade de Operações de Choque estiveram de prontidão para garantir a segurança do ato, que ocorreu pacificamente.
A manifestação contou com carros de som, muitas faixas e camisetas produzidas pela organização do evento. Moradores acompanharam a multidão.
O casal de aposentados José e Jussara Paiva, de 83 e 82 anos, respectivamente, acompanhava a passeata de mãos dadas. “A reivindicação é justa, injusto é um salário de R$ 950”, disse o José, morador de Copacabana.
(Com Agência Estado)