Para a OAB, país nunca ‘testemunhou uma crise de tais proporções’
Em nota, entidade diz que a situação é 'gravíssima', mas que 'fora da lei não há salvação'; parlamentares comentam denúncia contra Temer
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que a nova denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB), é “gravíssima” e complica ainda mais a situação política do país. “Jamais a República brasileira testemunhou crise de tais proporções. No entanto, as instituições do estado têm se mostrado rígidas e atentas no cumprimento de suas missões”, afirma, por meio de nota, Claudio Lamachia, presidente nacional da entidade.
Para ele, é necessário investigar profundamente todas as infrações cometidas para garantir o cumprimento das leis através do “bom senso e serenidade”. “Não há outro caminho para que o país supere a crise e dela saia mais fortalecido: só pela lei. Fora dela, não há salvação”, afirmou.
Na esfera política, o deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que a denúncia é “extremamente grave” e “mostra que na cadeira da Presidência da República está sentado o chefe de uma organização criminosa que ordenou a compra do silêncio do operador financeiro desta operação criminosa”, se referindo ao doleiro Lúcio Funaro.
O deputado disse ainda que Temer tentou “ocultar seus crimes da Justiça” e que a Câmara não pode impedir que o Supremo Tribunal Federal julgue o presidente da República.
Já Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo Temer na Câmara, pediu cautela à Câmara. “Essa questão que envolve o presidente Temer é em cima da fita, dos áudios que foram gravados pelo Joesley Batista. Se essa fita for entendida como uma prova inválida, não tem como dar continuidade a essa segunda denúncia”, disse.
“É uma decisão que o Supremo vai tomar na próxima quarta-feira. E se entender que tem que haver continuidade da denúncia, possivelmente, a ministra Cármen Lúcia vai enviá-la para a Câmara e nós vamos dar um trâmite rápido, para encerrar esse assunto em definitivo”, concluiu.
(Com Reuters)