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Pai de Rodrigo Maia descarta candidatura do filho ao governo do Rio

"O papel dele (Rodrigo) é a defesa da democracia na Câmara", diz vereador Cesar Maia, que negou convite de Eduardo Paes para assumir secretaria

Por Cássio Bruno Atualizado em 2 dez 2020, 18h10 - Publicado em 2 dez 2020, 18h08

Pai do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o vereador do Rio de Janeiro, Cesar Maia, de 75 anos, afirmou nesta quarta-feira, 2, que o Democratas (DEM) terá candidatura própria ao governo do estado, em 2022. Em entrevista a VEJA, no entanto, o ex-prefeito da capital fluminense (de 1993 a 1996 e de 2001 a 2008) descartou a possibilidade de o filho concorrer ao cargo e, com isso, abrir mão de disputar novamente uma vaga no Legislativo. “(Ele) não tem pretensões. O papel dele é a defesa da democracia na Câmara nas circunstâncias atuais”, disse Maia, reeleito para o terceiro mandato no Palácio Pedro Ernesto com 55.029 votos, o quarto mais votado.

Derrotado na eleição ao Senado em 2018, Cesar Maia diz que o DEM, por enquanto, não tem um nome a ser lançado ao governo do Rio. Nos bastidores, especulou-se a possibilidade de Eduardo Paes entrar na briga, mas o próprio prefeito eleito já avisou sobre a intenção de cumprir os quatro anos à frente da prefeitura. O DEM, por sua vez, ocupa espaço no Palácio Guanabara desde a gestão de Wilson Witzel (PSC), afastado do cargo por suspeitas de corrupção. No governo do sucessor Cláudio Castro (PSC), o DEM continua no comando da Secretaria estadual de Infraestrutura e Obras.

Cesar Maia evitou comentar sobre os rumos do DEM na eleição presidencial de 2022. “Sem açodamento, (a legenda deve) liderar uma candidatura de centro-radical, ou seja, centro agregado as questões novas, como o meio ambiente”, ressaltou. O ex-prefeito desconversou quando questionado por VEJA sobre uma aliança do DEM com o PSDB, do governador de São Paulo, João Doria, possível adversário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “As forças de Centro desenharão sua convergência pelas ideias”.

Cesar Maia contou ter recusado o convite de Eduardo Paes, seu afilhado político, para assumir uma secretaria municipal a partir do ano que vem. “(Foi) um gesto dele comigo. Eu não poderia. Estou muito bem na Câmara Municipal. Ele sabe disso. Como vereador, estarei ajudando a sua viabilização legal e orçamentária”, afirmou. Maia ressaltou que a proposta do DEM para o Rio será a “retomada dos pontos fortes de minha gestão e dos pontos fortes da gestão dele (Paes)”. O ex-prefeito citou como exemplo alguns projetos. Entre eles, o Rio-Cidade, Favela-Bairro, Gari Comunitário, Vilas Olímpicas, Lonas Culturais, Educação de Jovens e Adultos e Cidade das Artes.

Eduardo Paes foi lançado na política por Cesar Maia como subprefeito da Zona Oeste no primeiro mandato do padrinho, em 1993. A aproximação de Paes com o grupo do ex-governador Sérgio Cabral – preso pela Operação Lava Jato -, de quem virou secretário de Turismo, Esporte e Lazer, em 2007, afastou os dois. Entre 2008 e 2016, período em que Eduardo Paes comandou a prefeitura do Rio, Cesar tornou-se um crítico ferrenho da gestão. À época, Paes também fez ataques à administração do ex-prefeito. Com a saída de Eduardo Paes do MDB, em 2018, e a filiação no DEM, ambos se reaproximaram.

Este ano, o DEM elegeu sete vereadores no Rio – três a mais em relação ao pleito municipal de 2016. Ao lado do PSOL e do Republicanos, o partido é a maior bancada da Câmara. Além de Eduardo Paes na capital, a legenda terá o comando de mais sete prefeituras no estado: Barra Mansa (Rodrigo Drable), Quissamã (Fátima Pacheco), Resende (Diogo Balieiro Diniz), Rio das Flores (Vicente Guedes), Saquarema (Manoela Peres), Trajano de Moraes (Rodrigo Viana) e Vassouras (Severino Dias). Rodrigo Maia participou diretamente das articulações de todas as candidaturas. No país, o DEM cresceu de 268 prefeituras para 464, perdendo apenas para MDB, PP, PSD e PSDB.

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