Paes dispara contra Moro e Bretas em troca de farpas nas redes: “Lixo” e “delinquente”
Prefeito do Rio criticou posicionamento do juiz que conduziu um braço da Lava Jato no Rio, e foi criticado pelo senador
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), trocou farpas com o senador Sergio Moro (União-PR) nas redes sociais nesta sexta-feira, 22. Ex-juiz da Operação Lava Jato, Moro foi chamado de “lixo” pelo alcaide, que criticou sua atuação no Judiciário e afirmou que ele “destruiu a luta contra a corrupção graças à ambição politica”. A postura de Paes veio depois de o congressista dizer que o prefeito tinha amigos “delinquentes”.
A discussão começou com um print compartilhado por Paes, em que aparece uma publicação de Marcelo Bretas, juiz responsável por conduzir a Lava Jato no Rio. Em seu posicionamento, Bretas cita trechos do Código Penal usados para “avaliar a relevância de uma ação criminosa”, numa crítica velada à postura do ministro Alexandre de Moraes no inquérito que apura a trama golpista contra o Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Ao comentar o que publicou Bretas, Paes foi direto. “Delinquente sendo delinquente!”, escreveu.
Poucas horas depois, Moro decidiu se posicionar e saiu em defesa do ex-colega de operação. “Delinquentes eram os seus amigos que ele prendeu”, escreveu, em referência especialmente ao ex-governador do Rio Sergio Cabral, no passado aliado do atual prefeito carioca.
https://twitter.com/eduardopaes/status/1859910193946972525
A tréplica de Paes foi ainda mais incisiva. “Vocês dois são o exemplo do que não deve ser o Judiciário. Destruíram a luta contra a corrupção graças à ambição política de ambos. Você ainda conseguiu um emprego de ministro da justiça e foi mais longe na política. Esse aí nem isso. Ele era desprezado pelo próprio Bolsonaro, que fez uso eleitoral das posições dele. E quem me disse isso foi o próprio ex-presidente. Recolha-se a sua insignificância. Aqui você não cresce! Lixo!”, retrucou, já na manhã desta sexta.
Nos últimos anos, Paes chegou a ser alvo de investigações da Lava Jato, mas foi absolvido dos inquéritos por falta de provas. Marcelo Bretas, por sua vez, corre o risco de ter seu registro cassado no Conselho Nacional de Justiça. Ele é alvo de três reclamações disciplinares que tramitam em sigilo.