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Os movimentos de Nunes Marques para tirar a pecha de bolsonarista

Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro trabalha para se aproximar de Lula e do ministro Gilmar Mendes

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 dez 2023, 10h15 - Publicado em 16 dez 2023, 10h10

Primeiro indicado do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Kássio Nunes Marques tem feitos movimentos discretos para tentar se aproximar do presidente Lula e diluir o rótulo de fiel escudeiro do capitão. Há cerca de dois meses, em uma conversa reservada, o ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias ouviu pedidos para que fosse a ponte entre o magistrado e o petista.

Dias já havia sido o responsável por levar em 2011 o nome de Kássio à então presidente Dilma Rousseff para uma vaga de desembargador no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, de onde o juiz saiu para ser indicado ao STF. Agora uma das missões do chefe da pasta responsável pelo Bolsa Família é articular um encontro a sós entre Lula e o ministro do Supremo, o que deve ocorrer em breve. “Kássio foi trazido para Brasília pelas mãos do Wellington e da Dilma e já foi simpático ao PT”, resume um advogado ligado ao partido.

Outro movimento do magistrado detectado por interlocutores do STF é a aproximação que tem feito do decano da Corte, Gilmar Mendes. Os dois juízes se estranharam em julgamentos emblemáticos, como o que discutia o fechamento de igrejas e templos durante o avanço do coronavírus e o que analisava se o ex-juiz Sergio Moro agiu com parcialidade ao julgar casos relacionados a Lula na Lava-Jato, e se afastaram.

Na pandemia, por exemplo, Nunes Marques concedeu uma liminar para liberar celebrações religiosas e Mendes uma outra que mantinha a validade de um decreto do então governador João Doria vetando cultos no estado de São Paulo. Com duas decisões conflitantes, o Plenário do STF foi chamado a decidir – e Mendes saiu vitorioso.

No caso de Moro, o decano provocou o colega de tribunal depois de ele, em nome do garantismo, ter questionado a origem ilícita das mensagens hackeadas de procuradores da Lava-Jato. Gilmar rebateu e disse que a argumentação do ministro não estava relacionada ao princípio do garantismo “nem aqui nem no Piauí”. Agora, dizem interlocutores, o clima começa a distensionar.

Por trás das movimentações de Kássio estão fatores como o fato de o ministro ter mais de 20 anos de Supremo pela frente e de ser ele o futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2026, quando chegará, até aquele momento, no ponto alto da carreira jurídica.  Lula deve tentar a reeleição e Jair Bolsonaro, hoje inelegível, buscará, segundo aliados, questionar o banimento das urnas.

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