Os fracassos eleitorais do milionário que criaria partido para Bolsonaro
Luís Felipe Belmonte perdeu eleição como candidato a vice no DF e financiou candidatos que não tiveram sucesso nas urnas

Encarregado pelo presidente Jair Bolsonaro de coordenar a coleta de assinaturas para a fracassada criação de um partido político, o Aliança pelo Brasil, o advogado e empresário Luís Felipe Belmonte terminou as eleições de 2022 no prejuízo – político e financeiro. Candidato a vice-governador na chapa de Paulo Otávio (PSD) no Distrito Federal, Belmonte viu a sua coligação alcançar apenas 7,4% dos votos e ficar em terceiro lugar, longe de incomodar a reeleição do governador Ibaneis Rocha (MDB) ainda em primeiro turno.
Além disso, o advogado aportou financeiramente 1,6 milhão de reais em dois partidos e 22 candidaturas, das quais apenas duas tiveram sucesso nas urnas. As siglas que receberam o dinheiro de Belmonte foram o PSC do Distrito Federal, presidido por ele, com 735.000 reais, e o PMB, que levou 200.000 reais — nenhum dos partidos elegeu deputados federais ou distritais.
Entre as mais de duas dezenas de candidatos escolhidos pelo empresário para suas doações, todos disputando vagas na Câmara federal ou na Câmara Legislativa da capital, apenas Joaquim Roriz Neto (PSD) e Jorge Vianna (PSD) foram eleitos deputados distritais. Neto recebeu 100.000 reais de Belmonte e Vianna, 50.000 reais. Como consolo ao advogado, sua mulher, a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania), foi eleita deputada distrital. Ela não contou com recursos do marido na campanha.
Mesmo com a maioria dos “investimentos” eleitorais frustrados, o montante gasto pelo empresário-candidato não chega a fazer falta em seu patrimônio. Belmonte informou à Justiça Eleitoral 72,7 milhões de reais em bens. Ele já andou dizendo a interlocutores que pretende se afastar da política e voltar à iniciativa privada.