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O rompimento definitivo que Lula sinaliza ao nomear Guilherme Boulos

Nomeação do deputado do PSOL para a Secretaria-Geral da Presidência reforça isolamento do Planalto em relação ao Centrão

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 out 2025, 17h21

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta segunda-feira a nomeação do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para o comando da Secretaria-Geral da Presidência da República, em substituição a Márcio Macêdo (PT-SE). O novo ministro afirmou que sua principal missão será “colocar o governo na rua”, levando as ações do Planalto às bases populares e recolhendo demandas em todo o país.

“Minha grande escola de vida e de luta foi o movimento social brasileiro. Levarei esse aprendizado ao Planalto. A confiança do presidente será honrada com muito trabalho”, declarou Boulos ao assumir o cargo.

A escolha foi recebida como um gesto político calculado — e carregado de simbolismo. Como analisou o colunista Robson Bonin, de Radar, durante o programa Ponto de Vista, de VEJA, a nomeação marca o rompimento definitivo de Lula com a estratégia de aproximação ao Centrão e consolida a guinada à esquerda do governo.

Um governo mais ideológico e menos conciliador

“Essa decisão coroa o movimento de Lula de romper de vez com o Centrão. Ele desistiu de tentar conquistar partidos de centro ou que flertam com o bolsonarismo no Congresso”, observou Bonin.

Segundo o colunista, o presidente sinaliza que não tem mais ilusões quanto ao apoio de legendas como MDB, PSD e Republicanos em 2026. Em vez de buscar alianças amplas, o Planalto passa a fortalecer seu próprio campo ideológico, reforçando laços com os movimentos sociais e com a militância tradicional do PT.

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“Ao colocar Boulos no Planalto, Lula mostra que vai governar com o exército que já tem. Ele quer os amigos de sempre motivados e prontos para a batalha eleitoral que vem aí”, resumiu Bonin.

Um gesto estratégico e uma jogada eleitoral

A escolha de Boulos também tem implicações diretas no tabuleiro eleitoral de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país e um dos principais focos de resistência ao petismo.

“Boulos sempre foi uma pedra no sapato do PT em São Paulo. Ele ofuscava os planos do partido de ter candidatura própria ao governo ou à prefeitura. Lula resolveu o problema amarrando Boulos ao projeto dele”, analisou Bonin.

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Com o novo cargo, o deputado fica fora da disputa municipal de 2024, o que alivia a pressão sobre o PT paulista — e, de quebra, enfraquece o PSOL, que perde seu maior puxador de votos e uma figura central na construção de bancada federal.

“Lula tirou Boulos da corrida eleitoral e deu um golpe duro no PSOL. Agora, o partido fica sem uma liderança nacional com potencial de voto”, destacou o colunista.

Planalto em modo campanha

Para Bonin, a nomeação também indica que o presidente já age com a cabeça voltada para 2026. O papel de Boulos na Secretaria-Geral — uma pasta com forte ligação com movimentos sociais — será essencial para reconectar o governo às bases populares, num momento em que o Planalto enfrenta críticas por estar “distante da rua”.

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“O presidente sabe que a eleição de 2026 será dura. Ele está reorganizando a casa e garantindo que os aliados mais fiéis estejam no campo de batalha desde já”, avaliou Bonin.

Assim, mais do que uma simples troca de cargos, a chegada de Guilherme Boulos ao coração do governo simboliza a volta do PT à sua zona de conforto: um governo cercado por militantes, movimentos sociais e bandeiras ideológicas — e cada vez mais distante dos acordos de conveniência do centrão.

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