O patrimônio declarado pelo “Milei brasileiro” à Justiça Eleitoral
Influenciador de 37 anos, Paulo Kogos aposta na imitação do presidente da Argentina para conseguir se eleger vereador em São Paulo nas eleições de 2024
Candidato do União Brasil a vereador em São Paulo, o influenciador digital Paulo Kogos ficou conhecido na internet por suas ideias mirabolantes e pela semelhança com o atual presidente da Argentina, Javier Milei. Nesta semana, o “Milei brasileiro” apresentou à Justiça Eleitoral sua declaração de patrimônio, estimado em 67,2 mil.
Kogos informou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) ser dono de dois depósitos bancários, somados em R$ 27,1 mil, de cotas de sua própria empresa, no valor de R$ 20 mil, além de possuir o título de membro do Club Athlético Paulistano, calculado em 20 mil.
É a segunda vez que Kogos disputa uma eleição. A primeira foi em 2022, quando o influenciador concorreu ao cargo de deputado estadual por São Paulo, obteve 33 mil votos e não conseguiu se eleger. Na época, declarou ao TRE um patrimônio bem menor, de apenas 20 mil.
Para as eleições municipais de 2024, Kogos decidiu que vai tentar explorar a popularidade do presidente argentino dentro do eleitorado conservador no Brasil. Afinal de contas, Milei se tornou um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na América Latina. Kogos mudou o visual. Deixou o cabelo e as costeletas crescerem e tem feito aparições públicas vestido com trajes formais e uma faixa presidencial da Argentina, segundo ele uma homenagem a Milei.
Tradicionalista de extrema direita
O candidato também tenta replicar o presidente da Argentina em seus posicionamentos. Na internet, o influenciador se apresenta como um “anarcocapitalista” e “tradicionalista de extremíssima direita”. Diz ser adepto do catolicismo sedevacantista, denominação que não reconhece a autoridade do papa Francisco.
Aos 37 anos, Kogos também é autor do livro “O mínimo sobre Anarcocapitalismo”, no qual, dentre outras coisas, afirma defender ideias do “extremo da extrema direita”. Nas redes sociais, o “Milei brasileiro” aparece defendendo milícias, endossando mensagens contra imigrantes e chamando o papa Francisco de “terrorista” e “maçom fantasiado”.