Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O passo a passo do caso de corrupção que envolve ex-primeira-dama do Piauí

Rejane dias, esposa do ministro Wellington Dias, foi denunciada por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 dez 2023, 13h29 - Publicado em 16 dez 2023, 13h28

Uma reportagem da última edição de VEJA revela que Rejane Dias,  ex-primeira-dada do Piauí, esposa do atual ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), foi denunciada pelo Ministério Público por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O caso envolve a contratação irregular de uma empresa de locação de veículos para transportar alunos da rede pública do estado. De acordo com os investigadores, Rejane, quando exercia o cargo de secretária de Educação do estado, participou de uma fraude e recebeu vantagens financeiras. Entenda o caso:

O superfaturamento dos contratos

Rejane Dias foi secretária da Educação entre 2015 e 2018, durante o mandato do governador Wellington Dias no Piauí. A Polícia Federal apurou que, nesse período, foram assinados contratos milionários para transportar alunos das escolas públicas. Os preços eram superfaturados em até 40%.

Esta organização criminosa da qual participou a então secretária, diz o relatório da polícia, teria recebido “vantagens indevidas” em diversas oportunidades “para beneficiar empresas integrantes de um esquema criminoso, através da simulação e fraudes de procedimentos licitatórios, da celebração e manutenção de contratos de transporte escolar de alunos celebrados com a Seduc/PI considerados irregulares e da liquidação e execução de despesas superfaturadas”.

O pagamento de propina

O esquema funcionava assim: locadoras de veículos eram pré-selecionadas em pregões monitorados por funcionários da Secretaria de Educação, comandada por Rejane, que manipulavam a concorrência. Ao receber os recursos dos programas do governo federal para custear o transporte dos estudantes, a secretaria repassava o dinheiro às empresas, que subcontratavam serviços mais baratos de outras empresas e embolsavam a maior parte do dinheiro sem precisar fazer muito esforço. Rejane Dias está na lista dos que recebiam “vantagens indevidas”.

Continua após a publicidade

O esquema envolvendo petistas

O braço empresarial da organização criminosa que fraudava contratos da Secretaria de Educação no Piauí é o ex-professor Luiz Carlos Magno Silva, que foi filiado ao Partido dos Trabalhadores entre 2003 e 2013.  O professor  ganhava um salário de 2.500 reais mensais. Ele largou a Secretaria de Educação em 2009, quando já tinha conquistado um cargo remunerado de Superintendente Institucional, para abrir empresas na área de transporte de estudantes.

A Polícia Federal faz menção à filiação partidária do professor Luiz Carlos e ao fato de ele ter começado seu negócio durante o governo  Wellington Dias, também do PT. Rejane foi deputada estadual e deputada federal pelo PT. No início do ano, ela tomou posse como conselheira do Tribunal de Contas do Estado.

A batalha jurídica

Em 2020, quando a investigação estava em andamento, Rejane Dias recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que teria direito a foro especial por ter sido eleita deputada federal. Ao analisar o caso, a procuradoria-geral da República disse que os supostos delitos teriam sido cometidos antes do mandato e reafirmou haver “requisitos de lavagem de dinheiro e longa duração no tempo de funcionamento do empreendimento criminoso”.

Continua após a publicidade

No mês passado, o juiz responsável pelo caso no Tribunal Regional Federal enviou o inquérito ao STJ, dessa vez para decidir se Rejane, por ter assumido o cargo de conselheira, teria direito a foro especial naquela Corte.  Em uma peça sigilosa anexadas aos autos, a defesa de Rejane Dias diz que a Polícia Federal atuou de forma “leviana” para tentar incriminar a conselheira e, por associação, o próprio ministro Wellington Dias.

Os advogados da ex-deputada anexaram informações de peritos particulares que contestam a análise da geolocalização dos celulares de investigados e dizem que houve “provável manipulação de dados para legitimar conclusões incriminatórias ilegais e abusivas, com potencial para alterar a percepção do julgador e do titular da ação penal” sobre Rejane.

O constrangimento do ministro

Wellington Dias, que não é investigado,  já teve de passar por algumas situações constrangedoras.  Em 2020, a Polícia Federal  cumpriu mandados de busca na casa do então governador. Na ocasião, ele classificou a operação como “ um espetáculo”.

Continua após a publicidade

Agora, como ministro do Desenvolvimento Social, uma pasta bilionária que controla programas como o Bolsa-Família, a vitrine do governo Lula, Wellington Dias volta se deparar com mais uma fase do processo, no qual a esposa é acusada formalmente de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O ministro não quis se manifestar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.