‘O partido mais feliz’: PP turbina deputados com fundão e espera atrair novos nomes
Legenda, que acabou como a terceira no ranking de prefeitos eleitos, distribuiu 4 milhões de reais para parlamentares investirem em campanhas de aliados
O PP lançou mão de uma nova estratégia financeira nas eleições municipais deste ano. Além do repasse feito diretamente aos candidatos, a direção do partido disponibilizou 4 milhões de reais para cada deputado federal investir na campanha de seus aliados da legenda.
A medida tinha dois objetivos, um imediato e outro a longo prazo. Para a disputa deste mês, a ideia era que parlamentares investissem em suas bases políticas e dessem um reforço para seus principais cabos eleitorais nos rincões do país. Além disso, com o afago extra, o plano passava por mostrar que o partido valoriza seus quadros e, assim, atrair novos deputados para a legenda.
O recurso foi proveniente do fundo eleitoral, verba pública destinada aos partidos investirem em suas campanhas. Outras legendas também agraciaram seus deputados, mas com cifras menores: o PSD, por exemplo, deu 2,5 milhões de reais, e o Republicanos, uma variação entre 1 e 2 milhões.
Em conversas após o pleito, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que o plano funcionou: “O partido mais feliz foi o nosso”. No primeiro turno, a sigla foi a terceira que mais elegeu prefeitos, atrás do PSD e do MDB.
Agora, o próximo passo é tentar engordar a bancada também na Câmara dos Deputados. O PP tem 50 deputados. Com o atrativo deste ano, a legenda acredita que pode chegar a mais de 60 representantes apenas com a migração de parlamentares eleitos em 2022 por outra sigla.
Em março de 2026, abre-se o período da janela partidária, quando os congressistas podem, durante um período de um mês, trocar de partido sem que percam o mandato.
Federação partidária segue no radar
O PP ainda alimenta o sonho de tirar do papel uma espécie de conglomerado partidário, reunindo numa federação partidária o Republicanos, o União Brasil e o Progressistas.
As conversas sobre a aliança começaram no final de 2023, mas acabaram emperradas por causa das eleições municipais. Agora, a ideia é que o assunto volte a ser discutido após a eleição para a Presidência da Câmara, marcada para fevereiro de 2025. Hoje, dois representantes do grupo – Elmar Nascimento (União-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB) – pleiteiam o posto, o que fez travar novamente as negociações.
Se for oficializada, a federação pode dar origem à maior força de centro do país, dona da maior bancada de deputados e senadores do Congresso e ponto de parada obrigatória para qualquer acordo político, seja ele em âmbito nacional ou estadual.
O modelo de federação, que entrou em vigor no Brasil em 2022, exige que os partidos atuem coesos por no mínimo quatro anos, tenham um mesmo presidente e um único estatuto. Atualmente, são três federações em vigor: a Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, a Cidadania-PSDB e Rede-PSOL.