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O fio da navalha sobre o qual Lula caminha

Entre o desejo de paz e o receio da fúria trumpista, presidente encena uma diplomacia de precisão cirúrgica para manter a América Latina fora da batalha

Por Matheus Leitão
Atualizado em 20 out 2025, 18h08 - Publicado em 20 out 2025, 17h59

Em uma frase medida com régua milimétrica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sintetizou, durante cerimônia de entrega de credenciais a embaixadores de outros países no Itamaraty, o que talvez seja o maior desafio de sua política externa neste terceiro mandato: “manter a região como zona de paz é nossa prioridade”. 

A declaração, aparentemente genérica, foi tudo menos casual, já que, no Palácio do Planalto, o texto passou por cuidadosa lapidação: cada palavra buscou um ponto de equilíbrio entre a reafirmação do Brasil como agente moderador no continente e a necessidade de evitar atritos com a retórica beligerante de Donald Trump.

Embalado por intenções eleitorais, o norte-americano volta a mirar a Venezuela como inimigo conveniente. Para além da divergência diplomática, ele vem sinalizando disposição para resgatar as velhas justificativas de combate ao narcotráfico que, em diferentes momentos da história, serviram de pretexto para ações intervencionistas. 

Por razões econômicas e de narrativa, a Venezuela ocupa novamente o centro dessa estratégia, de modo que o risco de uma escalada militar patrocinada por Washington, com o apoio de setores da extrema direita regional, é concreto, infelizmente.

Lula sabe disso. E sabe que a manutenção de sua mais significativa vitória diplomática até aqui – a implosão da tentativa de Eduardo Bolsonaro de enquadrar o governo – depende de um discurso firme, porém sereno. 

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Não há espaço para bravatas: qualquer deslize ou adjetivo fora do lugar pode ser explorado como combustível para o confronto. Lula precisa, portanto, da malemolência de um equilibrista (perseguido por elefantes dentro de uma loja de cristais).

No cenário internacional, o Brasil necessita de reiterar sua tradição diplomática de não intervenção e defesa da autodeterminação dos povos. É urgente demonstrar liderança sem provocar, atuar com assertividade sem soar arrogante, proteger a estabilidade sem ceder ao medo. Em outras palavras: caminhar sobre o fio da navalha – e chegar ao outro lado sem um arranhão.

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