O duro recado do novo diretor-geral da PF para o bolsonarismo
Andrei Passos Rodrigues critica os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília e promete uma nova Polícia Federal, sem pressões e com nova formação

O novo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, deu nesta terça-feira, 7, em São Paulo, um duro recado ao bolsonarismo e prometeu uma nova corporação, sem “pressões de qualquer ordem”. As afirmações foram feitas durante a posse do superintendente regional da corporação, Rogério Giampaoli.
O delegado, escolhido para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se referiu aos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, como “disparatados e criminosos” e afirmou que, apesar da magnitude dos acontecimentos, a instituição foi capaz de dar uma resposta rápida para a sociedade. Ele destacou o fato de a PF ter feito flagrante de mais de duas mil pessoas no mesmo dia.
Passos afirmou ainda que não permitirá que “projetos pessoais, interferências e pressões de qualquer ordem pautem a instituição.” Durante a gestão de Jair Bolsonaro, houve diversas acusações de interferência política do então presidente da República na PF, inclusive feitas pelo seu ministro da Justiça à época, Sergio Moro.
Em seu discurso, o diretor-geral também defendeu uma PF “nova e mais forte” e informou que haverá uma “profunda alteração” nos processos de formação dos agentes, com uma nova academia de polícia.
Novo superintendente da PF em São Paulo, Giampaoli também criticou a intentona golpista de 8 de janeiro e lembrou que apoiadores de Bolsonaro atacaram a sede da corporação em Brasília. “Os desafios são enormes, pois vivemos um momento em que a democracia foi ultrajada. Nossa sede e a dos três poderes foram atacadas e vilipendiadas. Momentos únicos de nossa história, que nos levam a muito reflexão, posicionamentos e atitudes firmes”, afirmou.