O dia D de Rogério Marinho na campanha pelo comando do Senado
Candidatura de ex-ministro bolsonarista passa por cálculo político do presidente do PL Valdemar Costa Neto

Ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Jair Bolsonaro, o senador eleito Rogério Marinho (PL) terá nos próximos dias uma reunião definitiva com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para a legenda decidir se leva ou não adiante a candidatura do correligionário à Presidência do Senado. Notório pelo pragmatismo político, Costa Neto quer saber exatamente quantos votos Marinho tem na disputa contra o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), apontado como favorito na disputa pelo posto, para saber se insiste ou não na ideia de postular o cargo. O cálculo do mandachuva do partido é para que, caso detecte a completa inviabilidade da candidatura, ele consiga negociar cargos na Mesa Diretora do Senado.
Pela contabilidade do PL, Marinho teria 25 votos e estaria trabalhando para obter mais seis. Ele tem viajado pelo país em campanha e rejeita o diagnóstico de que seu projeto político esteja fadado ao fracasso. Em nota, a assessoria do senador eleito disse que “as tentativas reiteradas de colocar em descrédito a candidatura, plantando notas na imprensa, demonstram a preocupação dos adversários”.
As eleições para a Presidência do Senado estão marcadas para o dia 1º de fevereiro e ocorrerão em meio ao desgaste de bolsonaristas com a depredação do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). A fim de evitar que adversários vinculem seu nome aos episódios de extremismo de 8 de janeiro, Marinho, que tem entre as pautas uma postura crítica à atuação do STF, se comprometeu, se eleito, a instaurar a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que pretende investigar a organização e o financiamento dos atos de vandalismo em Brasília.