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Nova crítica de Eduardo Bolsonaro a Tarcísio expõe crise nos bastidores da direita

Preso em casa e descrente da anistia, ex-presidente assiste à fragmentação de seu grupo político enquanto aliados buscam novos caminhos

Por Marcela Rahal Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2025, 13h00 - Publicado em 5 nov 2025, 13h00

Três meses após o início da prisão domiciliar, Jair Bolsonaro vive um dos momentos mais melancólicos de sua trajetória pública. O relato de aliados próximos, divulgado pela coluna Radar de VEJA, descreve um Bolsonaro “prostrado, deprimido e sem vontade de lutar”, convencido de que a anistia ampla prometida por parlamentares aliados jamais será aprovada no Congresso. A ficha caiu: o capitão que um dia comandou uma multidão de fiéis agora se vê sem comando, sem base e sem futuro político claro.

Segundo pessoas do entorno, o ex-presidente alterna momentos de silêncio e irritação. As crises de soluço, remanescentes da facada de 2018, teriam se tornado mais frequentes. Afastado das redes sociais, sua principal arma política, Bolsonaro vive sob vigilância eletrônica e sob vigilância política. “Ele sabe que qualquer movimento em falso pode agravar sua situação”, diz um interlocutor ouvido por VEJA.

O fim da anistia e a perda de controle

No plano político, a bandeira da anistia — sustentáculo simbólico do bolsonarismo desde a condenação de seus apoiadores mais radicais — murchou. A proposta de perdão geral perdeu tração no Congresso e já não empolga nem os parlamentares da oposição. O projeto alternativo, de revisão de penas, também travou.

“A direita percebeu que não há como arrastar o Parlamento para uma agenda de autoproteção. Bolsonaro entendeu isso e desanimou”, explica o colunista José Benedito da Silva, no programa Ponto de Vista.

Enquanto a anistia se esvazia, outra pauta ganhou musculatura: a segurança pública. O tema, que emergiu após a megaoperação no Rio de Janeiro, reorganizou o discurso da direita — desta vez, sem a dependência da figura de Bolsonaro. Governadores como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado passaram a disputar espaço e protagonismo, empunhando o discurso da lei e da ordem como plataforma eleitoral para 2026.

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O clã dividido e o vácuo da liderança

O enfraquecimento do ex-presidente produziu rachaduras visíveis no clã Bolsonaro. O deputado Eduardo Bolsonaro publicou nas redes sociais um vídeo em que ataca o governador Tarcísio, chamando-o de “candidato do sistema” e afirmando que o pai foi “sequestrado” politicamente. As declarações vieram em resposta a críticas de Ana Campagnolo, deputada de Santa Catarina, que o acusou de incoerência.

O episódio evidencia a crise de sucessão na direita: o bolsonarismo se fragmenta entre fiéis à família e pragmáticos que buscam alternativas viáveis ao Planalto.

“O apoio do clã Bolsonaro se tornou um fardo. Tarcísio tenta se equilibrar entre o eleitorado conservador e a moderação necessária para uma candidatura presidencial”, avalia Benedito.

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Para o analista, a situação de Bolsonaro é também sintoma de uma transição mais ampla. “A direita encontrou um novo discurso, mas sem seu líder histórico. Bolsonaro se tornou uma figura difícil de carregar — jurídica e politicamente”, diz.

Melancolia no fim de linha

Entre os aliados, a palavra mais repetida é abandono. Políticos que orbitavam o ex-presidente agora se aproximam de novos polos de poder, enquanto ele, aos 70 anos, se recolhe à rotina silenciosa da prisão domiciliar.

Sem mobilização nas ruas, sem rede e sem voz, Bolsonaro assiste à direita seguir em frente — e, ironicamente, a fazer política sem ele.

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