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‘Não vamos apoiar qualquer ruptura no país’, disse ex-chefe da Aeronáutica a general bolsonarista

O recado, segundo Baptista Junior, foi dado ao então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, acusado de participar da trama golpista

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2025, 16h29 - Publicado em 21 Maio 2025, 15h19

Ex-comandante da Aeronáutica no governo Bolsonaro, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior disse nesta quarta-feira, 21, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ter informado ao então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno que a Força Aérea não embarcaria em um plano de ruptura institucional.

O recado a um dos generais mais fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro ocorreu depois que Heleno foi chamado às pressas para uma reunião de emergência em Brasília em dezembro de 2022.

O ex-chefe do GSI estava na formatura militar de um familiar quando recebeu a convocação. Àquela altura, relatou nesta Baptista, ele já desconfiava das reais intenções de reuniões de governo que discutiam, entre outros temas, um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), na teoria um mecanismo que garante de forma excepcional que militares controlem uma crise quando órgãos de segurança não são suficientes.

De acordo com o relato de Baptista, dias depois de ele próprio ter participado de encontros que debateram documentos que supostamente dariam guarida ao que o Ministério Público e seriam o embrião de um golpe de Estado no país, Heleno mencionou a reunião de emergência e pediu carona em uma aeronave da Força Aérea.

Foi então que o brigadeiro disse ter feito o alerta ao ministro do GSI. “No clima que o Brasil está, eu e a FAB, por unanimidade do Alto Comando da Aeronáutica, não vamos apoiar qualquer ruptura no país. Se alguém for bancar isso, saiba quais são as consequências. Ele estranhou a firmeza com que eu falei, mas temos uma relação de muito tempo. E não falamos mais disso”, afirmou.

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“O barulho embaixo dos nossos sapatos era muito grande há muito tempo”, completou ele ao explicar por que tinha convicção de que a convocação de Heleno tinha teor golpista. “As palavras do ex-presidente na frente do Alvorada, de que as Forças Armadas iriam para onde o povo mandasse, que estávamos numa encruzilhada, não tinha me deixado confortável. Logicamente entendi que o ministro Heleno não estava sendo chamado para uma coisa trivial”, declarou. Em depoimento à Polícia Federal em fevereiro de 2024, Baptista Junior disse ainda que pedira a Heleno que informasse a Bolsonaro sobre a posição antigolpe da Aeronáutica.

O que a Polícia Federal descobriu contra Augusto Heleno na trama golpista?

O general se tornou réu no final do mês de março sob a acusação de integrar o conjunto de autoridades que tramaram um golpe de Estado no país. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, ele participou de reuniões que colocavam as urnas em xeque e foi o autor de anotações, que, entre outras coisas, previam a prisão de policiais e o enquadramento de investigadores no crime de abuso de autoridade.

Ele também participou da reunião ministerial que discutiu o reforço do discurso governista contra as urnas e defendeu que se infiltrassem agentes na campanha de Lula, adversária de Bolsonaro em 2022.

Em sua agenda foram encontradas ainda anotações que mencionavam o “limiar do rompimento”. Conforme revelou VEJA em março de 2024, a PF recolheu de um imóvel de Heleno anotações e um roteiro golpista que previam também controlar o trabalho da Polícia Federal, prender investigadores e impedir que a polícia cumprisse decisões judiciais que a Advocacia-Geral da União (AGU) previamente houvesse elencado como ilegais.

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