Política

MST prevê manifestações radicais se STF negar habeas corpus a Lula

Para líderes, o tradicional ‘Abril Vermelho’, marcado por manifestações de sem-terra neste mês, será ‘ao quadrado’ se a Corte autorizar prisão do petista

Por Estadão Conteúdo 3 abr 2018, 20h36

Manifestantes pró-Lula em frente ao apartamento onde mora o petista, em São Bernardo do Campo (Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo)

Lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) articulam uma mobilização nacional com sindicatos e outros movimentos caso o habeas corpus preventivo pedido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja negado, nesta quarta-feira, 4, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional, a forma de mobilização vai depender do que for decidido e tende a ser mais radical se houver a prisão do petista.

As mobilizações podem começar logo após o julgamento. “Há uma tendência geral de se ter um ‘Abril Vermelho‘ ao quadrado, em caso de insucesso da defesa do Lula”, disse Rodrigues. “Abril Vermelho” foi o nome dado por João Pedro Stédile, líder maior do movimento, à jornada de trancamento de rodovias, invasões de fazendas e prédios públicos que acontece neste mês, quando a militância lembra o assassinato de 19 sem-terra pela polícia do Pará, em 1996, no episódio que ficou conhecido como o massacre de Eldorado dos Carajás.

De acordo com Rodrigues, não será uma mobilização exclusiva da militância. “Vamos ter o respaldo de quem vota no Lula, que continua liderando tudo o que é pesquisa. A luta de classes aberta em torno do Lula é uma oportunidade para as forças populares articularem a defesa da democracia com a luta social”, disse.

Rodrigues avalia que, se a decisão do STF for favorável ao ex-presidente, não haverá comemoração nas ruas. “Não vamos soltar foguetes, nem provocar. Nós estamos acreditando que a Suprema Corte terá o devido cuidado de dar a Lula o direito de recorrer em liberdade, que é uma coisa básica para a democracia. Mas se houver um resultado adverso, vamos às ruas lutar pela liberdade dele e pelo respeito à Constituição.”

**1/33** Carro de som com a figura de um pixuleco durante protesto contra o ex-presidente Lula, na praia de Copacabana, no Rio *(Ricardo Moraes/Reuters)*

**2/33** Manifestantes protestam contra o ex-presidente Lula, na Avenida Paulista em São Paulo - 03/04/2018 *(Leonardo Benassatto/Reuters)*

**3/33** Manifestantes protestam contra o ex-presidente Lula na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro - 03/04/2018 *(Ricardo Moraes/Reuters)*

**4/33** Manifestantes protestam contra o ex-presidente Lula na Praça da Liberdade, centro de Belo Horizonte, na noite desta Terça feira (03) *(Giazi Cavalcante/Codigo19/Folhapress)*

**5/33** Manifestantes protestam a favor da prisão do ex-presidente Lula na praia de Copacabana, no Rio *(Rudy Trindade/FramePhoto/Folhapress)*

**8/33** Manifestantes demonstram apoio ao ex-presidente Lula antes do julgamento pelo STF, em Belo Horizonte - 03/04/2018 *(Reprodução/TV Globo)*

**9/33** Manifestantes protestam contra a prisão do ex-presidente Lula na Praça da República, em São Paulo - 03/04/2018 *(Reprodução/TV Globo)*

**10/33** A atriz Luana Piovani e o ator Victor Fasano protestam a favor da prisão do ex-presidente Lula na praia de Copacabana, no Rio *(Reprodução/Instagram)*

**11/33** Manifestante mostra pixuleco em uma gaiola durante protesto contra o ex-presidente Lula, em Brasília *(Adriano Machado/Reuters)*

**12/33** Manifestantes mostram faixas em protesto contra o ex-presidente Lula, na Avenida Boa Viagem em Recife *(Marlon Costa/Futura Press/Folhapress)*

**22/33** Maria de Lourdes Chiavone, 68, arte-educadora; Angela Cosac, 66, psicóloga; Laís Ferreira, 64, médica, protestam a favor da prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, na Avenida Paulista em São Paulo - 03/04/2018 *(Vem Pra Rua/Divulgação)*

**27/33** Manifestantes protestam contra o ex-presidente Lula na Avenida Paulista, em São Paulo, *(Dário Oliveira/Folhapress)*

**28/33** Militantes fazem vigília em frente ao prédio de Lula, em protesto contra a prisão do ex-presidente, em São Bernardo do Campo *(Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Protegido: Estadão Conteúdo)*

**29/33** Manifestantes protestam contra o ex-presidente Lula nesta terça-feira (03), em Curitiba *(Vagner Rosário/VEJA)*

Continua após a publicidade

O dirigente nacional do MST, Alexandre Conceição, viajou a Brasília nesta terça-feira, 3, para acompanhar a votação no Supremo. Segundo ele, a militância participa das mobilizações convocadas pela Frente Brasil Popular, da qual o MST faz parte. “Estamos nos organizando, sim, para combater o fascismo dos ruralistas e exigir justiça no Supremo. Que o STF não se apequene”, disse.