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Moro fala em ‘continuidade de crimes’ e bloqueia até R$ 20 mi de Zelada

Juiz afirmou que ex-diretor da Petrobras continuou a lavar dinheiro mesmo após a Lava Jato e disse que a prisão serve também para evitar que se comprometam provas

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jul 2015, 13h14

O juiz federal Sergio Moro, que coordena os processos da Operação Lava Jato em Curitiba, disse nesta quinta-feira haver indícios de que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada tem mais contas secretas no exterior do que as já identificadas pelos investigadores do petrolão. Foi identificada uma conta aberta em nome da off­shore Rockfield International S/A, constituída no Panamá, com saldo de 10,2 milhões de euros originalmente transferidos da Suíça. Depois do estouro na Operação Lava Jato, no início do ano passado, a conta da Rockfield continuou a ser abastecida. Em julho do ano passado, por exemplo, recebeu 700.000 dólares de uma conta da off­shore Stone Peach Investments, que também teria Zelada como beneficiário. “Mesmo com a deflagração e a notoriedade obtidas em 2014 pela assim denominada Operação Lava Jato, persistiu o referido investigado na prática reiterada de novos crimes, desta feita de lavagem de dinheiro”, disse o juiz.

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Para Moro, além das possíveis contas secretas, é “provável” que sócios do ex-diretor estejam escondendo das autoridades dinheiro de atividades criminosas. “Não se deve excluir a possibilidade de existirem outras contas, pois há indícios de que Jorge Luiz Zelada tem outras contas na Suíça (como a Stone Peach) e é provável que seu sócio no Brasil esteja ocultando ativos para ele (como na Atlas Asset)”, disse o magistrado no mandado de prisão. “Sem a preventiva, há risco concreto da prática de novos atos de lavagem por parte de Jorge Luiz Zelada em relação aos ativos secretos ainda não bloqueados, com o que as chances de recuperação dos ativos pela Justiça brasileira serão frustrados”, completou ele.

Além das contas de Zelada, os procuradores da força-tarefa do Ministério Público identificaram, até o momento, 23 milhões de dólares em contas bancárias do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa na Suíça, 97 milhões de dólares do ex-gerente de Serviços Pedro Barusco, 20 milhões de euros do ex-diretor Renato Duque em contas secretas mantidas no principado de Mônaco e contas também do ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró, desta vez com saldo esvaziado.

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Em depoimento prestado em delação premiada, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse que Zelada recebeu propina de empreiteiras em contratos fechados para obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Zelada integrava a cota que Barusco chama de “da casa”, uma referência aos então funcionários da petroleira que embolsavam dinheiro sujo, além de negociar ele próprio “propinas diretamente junto a algumas empresas”. Um “encontro de contas” era feito entre as cúpulas das diretorias da Petrobras envolvidas no propinoduto para checar se todos os diretores havia recebido o suborno. Em um caso específico, relatou Barusco aos investigadores, em 2011 Jorge Zelada recebeu 120.000 reais em sua própria casa, no Rio de Janeiro, após o acerto de contas ter detectado que o então diretor tinha recebido menos propina do que o combinado por obras nas plataformas P56 e P51.

Em uma estratégia para rebater prováveis argumentos dos advogados de defesa de que as prisões preventivas da Lava Jato serviriam para forçar acordos de delação premiada, o juiz Sergio Moro disse que a detenção do ex-diretor da estatal serve para “prevenir reiteração delitiva e interferências na colheita das provas”. “Em qualquer caso da assim denominada Operação Lava Jato, jamais este juízo pretendeu com a medida obter confissões involuntárias. O direito ao silêncio, garantia fundamental, sempre foi resguardado”, disse.

Bloqueio de bens – Ao decretar a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, o juiz Sergio Moro também decretou o bloqueio de bens do ex-dirigente no limite de 20 milhões de reais e determinou o congelamento de até 7 milhões de reais nas contas de Raul Schmidt Felipe Júnior, suspeito de atuar na lavagem de dinheiro sujo do ex-diretor e também de Renato Duque. No despacho em que confirmou a prisão preventiva da 15ª fase da Operação Lava Jato, Moro também determinou o bloqueio das contas da Z3 Consultoria em Energia Ltda., de propriedade de Zelada.

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