Ministro determina investigação sobre simulação de ataque a presidente
Gravação mostra político com faixa presidencial ensanguentado ao lado de uma moto, o que gerou protestos de bolsonaristas
O ministro da Justiça Anderson Torres determinou neste sábado, 16, a abertura de uma investigação para identificar os responsáveis por um vídeo em que há a simulação de um suposto atentado contra o presidente Jair Bolsonaro. Nas imagens, compartilhadas por bolsonaristas nas redes sociais, um personagem com faixa presidencial participa de uma motociata e, em cenas seguintes, aparece ensanguentado depois de ser vítima de um ataque.
“Circulam nas redes fotos e vídeos de um suposto atentado contra a vida do presidente Bolsonaro. Produção artística??? Estamos estudando o caso para avaliar medidas cabíveis e apurar eventuais responsabilidades. As imagens são chocantes e merecem ser apuradas com cuidado”, afirmou Torres em uma rede social. O vice-presidente Hamilton Mourão também criticou o vídeo. “Repudio veemente qualquer ato que possa estimular a violência a quem quer que seja. Está circulando nas redes um ‘filme’ que demonstra o suposto assassinato do nosso presidente. Isso não é arte! Isso é um ato imoral à Nação e ao Governo Federal”, disse.
Apoiadores do ex-capitão, como a deputada federal Carla Zambelli, chegaram a atribuir a produção do vídeo à TV Globo, que, em nota, negou qualquer participação no episódio. Primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, por sua vez, acusou setores de esquerda de incitar a morte do presidente. “Essa ideologia esquerdista mata e quer matar ainda mais! Tentaram matar Bolsonaro uma vez e não conseguiram, agora, até ensinam como fazer”, disse ele.
As declarações do Zero Um ocorrem dias depois de um apoiador do presidente ter invadido uma festa de aniversário privada, em Foz do Iguaçu (PR), e matado a tiros o aniversariante, que comemorava 50 anos com uma temática relacionada ao ex-presidente Lula. Neste sábado, durante um evento voltado ao público evangélico, Bolsonaro afirmou que não pode ser responsabilizado pelo episódio no Paraná, o qual classificou como “uma briga estúpida, sem razão”. “Sempre um lado quer culpar o chefe do outro lado. ‘Olha, o discurso dele levou à morte daquela pessoa lá em Foz do Iguaçu’. Oh, meu Deus do céu, o meu discurso levou à morte daquela pessoa? Uma briga estúpida, sem razão?”, declarou.