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Mensagens hackeadas podem beneficiar Lula, diz Gilmar Mendes

Ministro do STF cita jurisprudência em que provas obtidas de forma ilícita foram usadas para inocentar acusados de crimes

Por da Redação
Atualizado em 9 ago 2019, 15h41 - Publicado em 9 ago 2019, 15h13

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse nesta sexta-feira, 9, que a corte pode considerar usar as provas obtidas a partir da invasão dos celulares de autoridades no julgamento do processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da SilvaApós participar de uma palestra em São Paulo, o ministro foi questionado por jornalistas sobre o assunto e disse que a corte já discutiu o uso de provas obtidas de maneira ilícita, como a invasão nos aplicativos de mensagens feita por hackers nos aparelhos de Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

“A prova, mesmo ilícita, em alguns casos serve para isentar determinada sanção ou inocentar alguém”, declarou Gilmar.  Questionado sobre a possibilidade dessas provas serem usadas para beneficiar Lula no julgamento do habeas corpus pela corte, o ministro disse: “Pode ser”. Na época em que as mensagens foram trocadas, Moro era juiz federal e Dallagnol, procurador da força-tarefa da operação Lava Jato. Investigações feitas pela operação foram usadas para condenar o ex-presidente por corrupção envolvendo a Petrobras no caso do tríplex do Guarujá.

Em suas declarações nesta sexta, Gilmar também atacou Moro. “Daqui a pouco, ele pode reivindicar salário na Justiça do Trabalho, acumulou funções”, disse sobre as suspeitas de que Moro, enquanto juiz federal, interveio na força-tarefa da operação Lava Jato. “Certamente juiz não pode ser chefe de força-tarefa”, disse antes. 

Ao sair da palestra que foi convidado para ministrar por uma associação de advogados, Gilmar enfrentou protesto de cerca de 50 pessoas vestidas com roupas verde e amarelo em defesa da operação Lava Jato. Recentemente, o ministro proibiu qualquer investigação que envolva o jornalista Glenn Greenwald e a origem das mensagens hackeadas que vêm sendo divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Na mesma ocasião, Gilmar disparou farpas contra a chamada “República de Curitiba” em crítica aberta à operação Lava Jato. “Esse modelo que se desenhou, essa chamada República de Curitiba, isso não tem abrigo na Constituição”, disse.

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