Márcio França reafirma intenção de disputar governo de São Paulo em 2026
Ministro foi aconselhado por lideranças do PSB a repensar plano diante da hipótese de Tarcísio de Freitas concorrer reeleição
Márcio França (PSB) confidenciou a correligionários que pretende disputar o governo de São Paulo nas eleições de 2026. A disposição foi revelada pelo próprio ministro da Microempresa durante um almoço recente que teve com lideranças do seu partido. Ele comandou o estado entre 2018 e 2019, quando substituiu Geraldo Alckmin (PSDB), que se afastou do cargo para concorrer à Presidência da República.
Não será uma tarefa fácil para o ministro. Em tese, França disputaria o governo paulista com Tarcísio de Freitas (Republicanos), que terá a máquina administrativa nas mãos, o apoio da grande maioria dos prefeitos eleitos em 2024 e, ao menos por enquanto, registra bons índices de popularidade. Por isso, alguns aliados de França o aconselham a repensar o plano.
A aposta dele, no entanto, é que Tarcísio será instado a disputar a Presidência da República em 2026 como representante do campo da direita, já que Jair Bolsonaro, maior liderança conservadora, está com seus direitos políticos cassados. Dessa maneira, na avaliação do ministro, sua tarefa seria um pouco mais fácil, ainda mais se contar com o apoio do presidente Lula.
Apesar dessa convicção, os amigos de França têm se empenhado na tarefa de dissuadir o ministro. Comentam, reservadamente, que, assim como o vice-presidente Geraldo Alckmin, ele também perdeu espaço político em São Paulo depois do apoio a Lula e ao PT.
Alckmin fora do páreo
No início do governo Lula, França foi convidado a assumir o ministério de Portos e Aeroportos, pasta com orçamento de 10 bilhões de reais. No fim de 2023, porém, ele foi remanejado para o então recém-criado Ministério do Empreendedorismo. O lugar dele foi entregue ao Republicanos, que indicou o deputado Silvio Costa Filho.
Desde então, França trabalha para se fortalecer e concorrer ao governo paulista. Ele é um dos principais defensores da reedição da parceria entre Lula e Geraldo Alckmin para 2026. Se isso acontecer, ao menos a lista de pretendentes ao Palácio dos Bandeirantes teria um nome a menos.