Major Olimpio diz ver uma ‘conspiração baixa’ dentro no PSL
Líder do partido no Senado afirmou, ainda, que o presidente Jair Bolsonaro é mal informado por membros da sigla que têm projetos políticos
O senador Major Olimpio (PSL-SP) afirmou, nesta sexta-feira, 11, que vê uma “conspiração baixa” dentro do PSL. Para o líder do partido no Senado, o presidente Jair Bolsonaro tem sido mal informado por membros da sigla que têm projetos políticos e pretensão de comandar o partido.
“Estou apontando o dedo dentro do partido. Fizeram uma reunião de 19 deputados escolhidos a dedo, eram alguns de sangue azul, a alta nobreza conservadora que mesmo dentro do partido ninguém podia saber. É uma conspiração baixa”, disse na chegada à formatura dos sargentos da Polícia Militar, que ocorreu no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
O senador citou o ex-ministro do TSE, Admar Gonzaga, e a advogada de Bolsonaro Karina Kufa, entre os que supostamente estariam trabalhando nos bastidores, juntamente com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. “O Eduardo promoveu tudo isso. Agora, quem perde é o presidente. Se algumas pessoas saíssem do PSL hoje, não fariam a menor falta”, afirmou.
Olimpio também voltou a defender o afastamento do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, para que ele possa se defender da acusação do Ministério Público de Minas Gerais de desvio de recursos públicos.
“Já disse e repito que se fosse o Marcelo Álvaro, me afastaria do cargo para me defender”, disse. Perguntado sobre o que pensa sobre uma eventual auditoria no partido, o senador disse que “qualquer partido político, que recebe dinheiro público, não pode recusar uma auditoria”.
Estimulado por Bolsonaro, um grupo de deputados do PSL vai pedir ao partido que promova uma auditoria de suas contas para avaliar como foram utilizados os recursos públicos recebidos por meio do Fundo Partidário. A medida tem como foco a gestão de Luciano Bivar, com quem o presidente da República trava um duelo nos últimos dias pelo controle do partido.
Bivar ameaça retaliar o presidente por meio de Eduardo Bolsonaro. Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, o filho do presidente pode ser destituído do cargo por decisão da liderança do partido, que tem a prerrogativa de indicar seus representantes nas comissões. Bivar também marcou uma convenção nacional extraordinária do partido para o dia 18 com o objetivo de reduzir a força de bolsonaristas na legenda.
Sobre as ameaças, Bolsonaro disse que o acusam de flertar com a ditadura, mas que o comando do partido é quem agiria dessa forma ao ameaçar deputados do seu grupo com a perda de cargos. Segundo o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), a liderança do PSL na Câmara assinou nesta quinta-feira a retirada de cargos comissionados, o desligamento de participação em comissões especiais e a vice-liderança de oito parlamentares do partido. Sobre Eduardo Bolsonaro e a deputada Bia Kicis (DF), que é vice-presidente da CCJ, Bozella disse que estão sob avaliação.
O presidente disse ainda que tem lido sobre o assunto na imprensa e nas redes sociais e que, caso a destituição de Eduardo seja confirmada, será “impublicável” o que ele pensa a respeito.
(Estadão Conteúdo)