Lula só lidera com folga em um dos três maiores colégios eleitorais
Vantagem do ex-presidente em Minas, estado em que Bolsonaro ainda não tem palanque, faz balança da região Sudeste pender para o petista

As campanhas de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) concordam que o resultado da votação na região Sudeste, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do país, será decisivo para o desfecho da corrida presidencial. Até aqui, o ex-presidente tem levado vantagem sobre o ex-capitão nos três estados, mas só aparece folgado na liderança em Minas, o único em que Bolsonaro ainda não tem um candidato a governador para lhe servir de palanque.
Segundo pesquisa Genial/Quaest realizada entre 2 e 5 de julho, Lula tem 46% das intenções de voto no primeiro turno entre os eleitores mineiros, ante 28% de Bolsonaro. A diferença entre eles aumentou dois pontos na comparação com junho — dentro da margem de erro, portanto, que é de 2,5 pontos percentuais. Até aqui, o ex-presidente leva vantagem sobre o sucessor também nas articulações políticas.
Para fechar uma aliança com o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que concorrerá ao governo de Minas, o PT rifou a candidatura ao Senado do deputado Reginaldo Lopes, abrindo espaço para que outro nome do PSD, o senador Alexandre Silveira, dispute a vaga pela chapa. Já Bolsonaro ainda está atrás de um palanque no estado. Ele quer reeditar a parceria feita em 2018 com o atual governador e candidato à reeleição, Romeu Zema (Novo), que resiste à aliança por temer que a rejeição popular ao ex-capitão prejudique a sua campanha.
No Rio de Janeiro, os dois favoritos estão em situação de empate técnico, mas Lula abriu vantagem numérica. Ele tem 39%, e Bolsonaro 35%, conforme dados da Genial/Quaest colhidos entre 8 e 11 de julho. O petista cresceu quatro pontos na comparação com o mês anterior, quando havia empate cravado de 35% a 35%. O ex-presidente tem candidato a governador no estado, o deputado Marcelo Freixo. Bolsonaro também tem seu representante, o governador e candidato à reeleição, Cláudio Castro. O problema é que Castro não quer comprar briga com Lula e dá sinais de que tentará se manter distante da polarização nacional.
Em São Paulo, também há empate técnico. De acordo com a Genial/Quaest, Lula marca 37% e Bolsonaro 32%. Na comparação com o mês anterior, a sondagem traz uma boa notícia para o presidente, que reduziu a diferença para o adversário, que antes era de 11 pontos (39% a 28%).
Ciente do peso da região e da desvantagem, a campanha de Bolsonaro definiu como meta conquistar pelo menos dez milhões de votos no Sudeste até o primeiro turno. Para que alcance o objetivo, terá de superar diferentes obstáculos, com destaque para a reprovação ao presidente. Em São Paulo e Minas Gerais, 61% dos entrevistados dizem que ele não merece ser reeleito. O percentual é de 59% no Rio.