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Não conseguem me derrotar e querem ganhar na Justiça, diz Lula

Em ato na Avenida Paulista, ex-presidente reafirma discurso de que foi condenado sem provas, pede renúncia de Temer e eleições diretas

Por João Pedroso de Campos
Atualizado em 4 jun 2024, 18h43 - Publicado em 20 jul 2017, 21h51

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta feira de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, contra a sua condenação na Operação Lava Jato. Sentenciado pelo juiz federal Sergio Moro a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula reafirmou o discurso de que a condenação se deu sem provas e é parte de uma perseguição política para evitar sua candidatura à Presidência em 2018.

“Como não conseguem me derrotar na política, eles querem me derrotar no processo. É todo dia processo, é todo dia depoimento, todo dia inquérito”, afirmou, do alto do trio elétrico estacionado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Na única vez em que citou Moro em seu discurso, Lula declarou que a força-tarefa da Lava Jato não provou que ele recebeu “sequer cinco centavos” no petrolão. O petista foi condenado por ter sido beneficiado com 2,2 milhões de reais em propina da empreiteira OAS por meio da construção e a reforma de um tríplex no Guarujá (SP).

“Eu gostaria até que o Ministério Público da Lava Jato, a Polícia Federal da Lava Jato e o juiz Moro, se tiverem uma denúncia com uma prova de que o Lula recebeu cinco centavos, por favor me desmoralizem. Façam um processo e me prendam se eu fizer algo ilegal na vida.”

O restante da fala do petista diante de militantes de movimentos sociais, de centrais sindicais e partidos de esquerda foi destinado a críticas ao presidente Michel Temer (PMDB) e à defesa de eleições diretas.

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“Derrubaram a Dilma quando ela tinha 8% [de popularidade]. Temer tem 3%, é menos que a margem de erro da Folha de S. Paulo. Se o Temer tivesse o mínimo de compromisso com o país, ele renunciaria e mandaria uma emenda ao Congresso convocando eleição direta em caráter emergencial pra escolher o homem ou a mulher que vai dirigir esse país”, disse Lula. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que a princípio participaria do ato na Paulista, não compareceu.

Além do peemedebista, o discurso do petista mirou o Congresso, o Judiciário e a imprensa, alvo recorrente do ex-presidente.

“Esse país está sem autoridade e credibilidade. O poder Judiciário já não cumpre sua função de garantir a Constituição. Nós sabemos que o presidente não apita nada, nós sabemos que a Câmara e o Senado estão desacreditados e sabemos do desgaste dos partidos políticos”, enumerou Lula.

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O ato em desagravo a Lula foi convocado pela Frente Povo Sem Medo, que inclui, entre outros, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB). Além de atacarem a condenação do ex-presidente, com o lema “eleição sem Lula é fraude”, os manifestantes protestaram contra as reformas previdenciária e trabalhista do governo Temer.

Outras capitais tiveram manifestações a favor do petista nesta quinta. Simpatizantes do ex-presidente fizeram atos tímidos na Cinelândia, no Rio de Janeiro, e na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Protestos com baixa adesão também ocorreram em Belo Horizonte, Salvador, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Aracaju, entre outras cidades.

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