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Lula enfrentará um terceiro e decisivo teste em busca da redenção

Presidente, que resistiu ao mensalão e à prisão na Lava-Jato, terá de reverter a impopularidade e a percepção de que não conseguirá a reeleição

Por Daniel Pereira 22 jun 2025, 16h13

É inegável a capacidade do presidente Lula de se reerguer. Em 2005, a oposição considerou seu governo acabado após o estouro do mensalão — tão acabado que o PSDB, em vez de patrocinar um pedido de impeachment, preferiu deixá-lo sangrando e derrotá-lo nas urnas. A estratégia deu errado, e o petista, sobrevivente do escândalo, conquistou a reeleição.

Em 2018, Lula nem sequer disputou a corrida ao Palácio do Planalto. Abatido pelo petrolão, ele estava preso, inelegível e era considerado carta fora do baralho. Uma reviravolta politico-jurídica, no entanto, permitiu que recuperasse a liberdade, os direitos políticos e, finalmente, o cargo de presidente da República.

Hoje, a situação dele não é tão crítica como foi no passado, mas é de debilidade. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, 40% consideram a gestão atual ruim ou péssima, enquanto 28% afirmam que ela é ótima ou boa. É o maior nível de reprovação registrado nos três mandatos do petista.

A desidratação de imagem impacta também o potencial eleitoral. De acordo com o levantamento, Lula perdeu vantagem e aparece empatado nas projeções de segundo turno com diferentes nomes da direita, do ex-presidente Jair Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Um certo favoritismo que existiu no passado ficou para trás.

Redenção

Diante dos resultados das pesquisas e da sucessão de crises envolvendo o Executivo, líderes da oposição e até alguns analistas passaram a alegar que Lula não tem mais condições de dar a volta por cima. Mesmo com indicadores econômicos positivos, como o crescimento da economia, do emprego e da renda, a rejeição ao presidente teria se cristalizado na população.

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Em consequência disso, partidos de centro começaram a se afastar do governo e negociar a adesão a uma candidatura capaz de impedir a reeleição. Nos bastidores, a preferência da maioria das legendas é por Tarcísio de Freitas, que por enquanto resiste a abraçar a missão porque não quer desagradar a Bolsonaro, de quem espera um gesto público de apoio.

Nas hostes oposicionistas e em setores do centro, é comum ouvir que o governo acabou ou que Lula está desde já derrotado. São afirmações temerárias. Primeiro, porque falta mais de um ano para votação, tempo suficiente para o poder da máquina operar seus milagres. Segundo, porque, desde a redemocratização, nenhum político renasceu tantas vezes como o petista.

Mesmo esquerdistas dizem, em conversas reservadas, que o presidente pode desistir da candidatura caso perceba o risco de derrota. Essa hipótese tem aparecido com cada vez mais frequência em colunas e notas de jornal. Antigos aliados, no entanto, descartam tal possibilidade. Para eles, Lula não entregará os pontos tão facilmente justo na hora em que encenará o capítulo final de sua biografia. A ver como a história será escrita.

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