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Lula autorizou PT a negociar alianças para 2º turno, dizem Gleisi e Haddad

Senadora e ex-prefeito de SP mantêm discurso de que ex-presidente é o candidato do partido e afirmam que vão buscar 'partidos progressistas'

Por Estadão Conteúdo 17 Maio 2018, 21h06

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, relataram nesta quinta-feira (17) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “liberou” o PT para conversar com outros partidos de centro-esquerda visando uma aliança eleitoral para o segundo turno da eleição. Gleisi e Haddad visitaram o petista na cela onde ele está preso há 40 dias, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

Para o primeiro turno, o partido ainda insiste no registro da candidatura de Lula e alega que ele pode concorrer e até ser eleito, mesmo preso e condenado em segunda instância. “Ele tem até sua diplomação para levantar sua inelegibilidade”, afirmou Gleisi Hoffmann.

A presidente do PT reconheceu, no entanto, que o petista corre o risco de ser impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer. “No primeiro turno, nós teremos candidato, será Lula. No segundo turno, ele vai vencer e queremos fazer uma composição. Se não for ele, nós vamos ver quem da esquerda foi para o segundo turno. Se lá na frente nada der certo, o presidente saberá encaminhar o processo junto com a direção do PT”, disse Gleisi.

A dirigente petista afirma que a Lei da Ficha Limpa, que considera inelegível condenados em segunda instância, não impede que políticos concorram quando há possibilidade de reversão em seus processos judiciais. Gleisi deu o exemplo da eleição de Walter Tenan (MDB) como prefeito de Porecatu (PR), em 2008. O político foi eleito enquanto estava preso e assumiu posteriormente. Caso o TSE negue o registro da candidatura de Lula, ele poderá concorrer ao Planalto desde que consiga uma liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os petistas destacaram que vão continuar em conversas com os partidos de esquerda, mas que o objetivo é discutir programas, e não alianças eleitorais. Fernando Haddad, que coordena o programa de governo de Lula e é apontado como possível “plano B” do PT na corrida presidencial, disse que o ex-presidente reafirmou que o plano precisa ser “ousado” e na linha de seus seus governos, entre 2003 e 2010.

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O ex-prefeito paulistano afastou a possibilidade de ser uma alternativa na eleição e falou que visitará os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB). Após a desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa de disputar a eleição, os pessebistas ainda não definiram seu rumo nas eleições de outubro.

“É do interesse dele (de Lula) de que os partidos progressistas que se opõem ao governo Temer, que essas forças progressistas, mantenham o diálogo, independente de ter candidato próprio”, disse Haddad.

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