Luciano Huck confirma que não será candidato à Presidência
Apesar de já ter negado intenção de disputar o Planalto antes, nome seguia como alternativa de partidos para 2018 e entusiasmava o ex-presidente FHC
O apresentador Luciano Huck não será candidato à Presidência da República nas eleições de 2018. A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa, nesta quinta-feira (15).
Esta é a segunda vez em que Huck nega publicamente ser candidato à disputa da Presidência. Em novembro, em um artigo publicado na Folha de S. Paulo, o apresentador já havia rechaçado entrar na política. Em seguida, no entanto, pediu para ter o nome mantido em pesquisas de intenção de voto e chegou a 8% da preferência do eleitorado na mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada há duas semanas, empatando com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em um cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A condenação de Lula em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e a possibilidade real de o petista ter a candidatura barrada pela Lei da Ficha Limpa impulsionaram o nome de Luciano Huck, cuja participação no programa Domingão do Faustão, da TV Globo, no início de janeiro, foi interpretada como um sinal de que ele ainda cogitava disputar o Planalto.
Huck vinha sendo pressionado pela Globo, com a qual tem contrato, a definir se concorreria ou não nas eleições. Conforme publicou o Radar, a emissora esperava uma decisão logo depois do Carnaval, o que se confirmou nesta quinta-feira.
A candidatura do apresentador entusiasmava o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com quem vinha conversando sobre a possibilidade, e era negociada com o PPS, que lhe abriu as portas para a disputa do Palácio do Planalto, em outubro.
Na semana passada, em uma entrevista à Rádio Jovem Pan, FHC declarou que “é bom ter gente como o Luciano porque precisa arejar, botar em perigo a política tradicional, mesmo que seja do meu partido”. À Rádio Guaíba, o ex-presidente disse que Huck estava “considerando” entrar na corrida eleitoral.
A TVEJA, também na última semana, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), declarou que nas eleições desse ano vai “prevalecer o novo”. “Vai prevalecer a renovação e o novo porque não passou incólume na sociedade brasileira isso que nós estamos enfrentando”, disse Freire. Esse novo, na opinião do parlamentar, estaria representado pelo apresentador da TV Globo, a quem se referiu como “um fenômeno” e para quem abriu as portas de seu partido.
Após a desistência do apresentador, contudo, Freire não se disse surpreso. “Não tem nenhuma surpresa nisso. A decisão já estava tomada”. A candidatura de Luciano Huck sofria resistência de alas do partido, que se dividem entre ter o senador Cristóvam Buarque (DF) como candidato e o apoio a Geraldo Alckmin.
Segundo Roberto Freire, na última vez em que falou com Huck, no mês passado, os dois trataram de uma carta-compromisso que será assinada entre o Agora e o PPS, para selar a união entre a sigla e o movimento que tem o apresentador entre seus membros. O documento deve ser apresentado na próxima terça-feira.
Entre assessores de Alckmin, que disputaria espaço ao centro do espectro político com o apresentador, a decisão de Luciano Huck representou um alívio. Um deles, que prefere não ser identificado, diz entender que pesaram na escolha de Huck as notícias de que ele usou recursos do BNDES para comprar um avião e da Lei Rouanet para ações sociais.