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Lava Jato faz nova operação contra desvios na Saúde do RJ

A Polícia Federal está nas ruas para cumprir 22 mandados de prisão e 44 de busca contra executivos de empresas da área da saúde

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2018, 14h06 - Publicado em 4 jul 2018, 07h42

A força-tarefa da Operação Lava Jato deflagrou uma nova fase, batizada de Operação Ressonância, na manhã desta quarta-feira 4, para investigar suspeitas de desvios no sistema de saúde do Rio de Janeiro. São 22 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro contra executivos de empresas fornecedoras de equipamentos e recursos hospitalares.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), estão no centro do inquérito contratos celebrados pelo Estado do Rio e pelo e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), em uma continuação da Operação Fratura Exposta, que desmontou desvios milionários comandados, segundo a investigação, pelo ex-secretário da Saúde Sérgio Côrtes e pelo ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

Em nota, a Polícia Federal diz que a investigação indica que as empresas investigadas – ao todo, são 37 – formaram um cartel no estado para fraudar licitações no Into. Uma das empresas teria influência direta sobre a direção do instituto, buscando garantir o favorecimento indevido nesses contratos.

‘Fui corrupto’

Em entrevista a VEJA publicada no mês passado, Sérgio Côrtes, solto desde fevereiro por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), admitiu que foi corrupto e que tinha conhecimento de desvios no estado durante sua passagem como secretário. “A verdade é que as licitações eram viciadas e eu sabia quem ia ganhar. Deixava acontecer”, afirmou.

Ele também confessou ter recebido, na Suíça, 2,5 milhões de dólares de um dos principais empresários do setor de saúde do Rio, Miguel Iskin. “Era dinheiro para minha possível candidatura e foi acertado em reunião entre mim, Sérgio Cabral e ele”.

Preso pela primeira vez em abril de 2017, ele se destacou ainda mais negativamente por dois fatos que ocorreram durante as investigações. Primeiro, pouco antes de ser preso, ele enviou um e-mail a Iskin admitindo que “podemos passar pouco tempo na cadeia”, mas que o importante era “que nossas putarias tem que continuar”. Depois, já detido, veio a público a informação de que ele procurou seu ex-braço-direito, Cesar Romero, para tentar combinar delações premiadas: contar determinados pontos e, intencionalmente, ocultar outros.

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