Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Julgamento de Lula pode manchar imagem do Brasil, diz Mendes

Ministro do STF, no entanto, crê que danos serão apenas de curto prazo; Gilmar também avalia que há 'grande confusão' sobre prisão em segunda instância

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 4 jun 2024, 17h58 - Publicado em 3 abr 2018, 13h55

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira, 3, que o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ser negativo para a imagem do Brasil no exterior. Questionado em por um jornalista português sobre o tema, o ministro assentiu: “Sem dúvida nenhuma, há prejuízos para o Brasil pelo menos no curto prazo. A médio e a longo prazo, eu acho que isso é positivo, porque há um quadro de corrupção que está sendo combatido”, disse.

Gilmar está em Portugal para o VI Fórum Jurídico de Lisboa, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a faculdade da qual é sócio, o Instituto de Direito Público (IDP). Ele retornará ao Brasil nesta quarta para participar da sessão do Supremo sobre Lula.

O país, segundo ele, está fazendo o seu dever de casa e está cumprindo seus compromissos internacionais de combater a corrupção. “Mas, é claro, ter um ex-presidente da República, um asset como o Lula, condenado, é muito negativo para o Brasil”, avaliou.

A avaliação do ministro do STF é a de que há, nesse momento, um “coquetel” explosivo no Brasil, fruto da mistura entre uma crise política, a aproximação de uma eleição presidencial e o “elemento-surpresa”, a condenação em segunda instância de um ex-presidente da República, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

“Nós temos um coquetel neste momento: toda a crise política, muito adensada, misturada com as eleições. É um quadro grave que contribui para esta divisão (de opiniões no Brasil)”, declarou.

Continua após a publicidade

‘Confusão’

Segundo o ministro do STF, há uma “grande confusão” na população sobre a prisão após condenação em segunda instância. “Na questão da segunda instância, o meu entendimento, que acompanhei a decisão da maioria formada então, é de que nós estávamos dando uma autorização para que, a partir da segunda instância, pudesse haver a prisão. Portanto era um termo de possibilidade. Na prática, virou uma ordem de prisão”, disse.

Para Gilmar Mendes, os ministros deverão aproveitar o julgamento desta quarta para esclarecer a confusão que foi criada em torno do tema. “Se o juiz, após a segunda instância, pode prender, ele tem de fundamentar, de explicar porque ele está determinando a prisão. Se de fato há uma automaticidade, nós temos outro quadro. Mas já há uma grande confusão e acho que precisamos esclarecer isso de maneira definitiva”, considerou.

O ministro fez um “alerta” sobre a defesa de parte da população em um caso específico, argumentando que ele poderá valer como referência para os próximos. “Há questões na Justiça criminal, por exemplo: se se concede um HC para alguém e limita o poder de juiz, de promotor, de delegado, irrita muitas pessoas, mas a gente está protegendo aquele que está ficando irritado porque o desmando de poder em dado momento vai atingir também aquelas pessoas que antes torciam para a prisão de A, mas depois vem o B, o C”, declarou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

ABRIL DAY

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.