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Jucá diz que denúncia contra ele é ‘ato de despedida’ de Janot

Procurador-geral da República, que fica no cargo até 17 de setembro, acusa o líder do governo Temer de ter mudado Medida Provisória para beneficiar empresa

Por Da Redação
Atualizado em 21 ago 2017, 19h54 - Publicado em 21 ago 2017, 19h48

O líder do governo Michel Temer (PMDB) no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), classificou como “um ato de despedida do procurador-geral” a decisão de Rodrigo Janot de oferecer denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele, em inquérito da Operação Zelotes relatado pelo ministro Ricardo Lewandowski e que tramita em sigilo. O mandato de Janot termina em 17 de setembro.

“Deixe eu falar uma coisa pra vocês. Eu estou muito tranquilo com qualquer denúncia e não tenho nenhum temor”, respondeu Jucá, ao sair do Palácio do Planalto. Depois de avisar que quem fala sobre essas questões jurídicas é o seu advogado, o senador reiterou que espera que o Supremo analise as questões, quando poderá se certificar de “não há nenhum motivo para isso (denúncia)”.

Jucá era investigado, no caso que originou a denúncia, por suposto favorecimento ao Grupo Gerdau em uma Medida Provisória, em troca de doações eleitorais. Além dele, são investigados no mesmo caso os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE). Não há detalhe sobre a acusação feita pela PGR, em razão do segredo de Justiça.

A Operação Zelotes detectou indícios de que o senador alterou a MP 627, de 2013, para beneficiar a siderúrgica. Jucá era o relator do texto, que mudava as regras de tributação dos lucros de empresas no exterior. Os deputados apresentaram emendas que beneficiaram o grupo, segundo os investigadores. E-mails apreendidos pelos investigadores na sede da Gerdau mostraram que a alteração feita na MP foi sugerida pela própria empresa. Os três congressistas e a siderúrgica negam irregularidades.

Além desse inquérito, Romero Jucá é alvo de outra investigação da Zelotes no STF e responde a outros oito inquéritos da Operação Lava Jato no Supremo. O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Jucá, diz que ainda não teve acesso à denúncia, mas que está “tecnicamente muito tranquilo”. “Acompanhei todo esse inquérito e não tinha nenhum indício que justificasse uma denúncia. Para mim é uma surpresa, esperávamos que houvesse arquivamento. Quero crer que isso faz parte da estratégia anunciada por Janot, de que iria usar todas as flechas enquanto houvesse bambu”, afirma.

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(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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