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Indicado à PGR, Aras critica ‘punitivismo’ em reunião com senadores do PT

Subprocurador busca apoio para ter seu nome aprovado em sabatina no Senado

Por Estadão Conteúdo 12 set 2019, 10h55

Em busca de apoio no Senado, o subprocurador Augusto Aras, indicado para a Procuradoria-Geral da República pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), se reuniu nesta quarta-feira, 11, com a bancada do PT na Casa. O discurso contra uma conduta considerada “punitivista” do Ministério Público e de independência em relação ao governo agradou aos parlamentares petistas.

Aras iniciou na segunda-feira passada uma maratona no Senado para angariar votos — ele será sabatinado na Casa e precisa do apoio de 41 dos 81 senadores para ser confirmado procurador-geral da República. Segundo a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) a previsão é de que a sabatina seja realizada no próximo dia 25. Antes disso, no dia 18, a comissão poderá ler o parecer da indicação, que ainda não teve um relator designado.

O vice-líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), afirmou que poderia dar um voto favorável ao subprocurador caso houvesse uma avaliação positiva. “Ajuda alguém que opera o direito que seja capaz de fazer justiça respeitando a lei. Essa constatação só no contato pessoal”, disse Carvalho.

Na terça-feira, 10, Aras foi recebido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na ocasião, defendeu uma “Lava Jato positiva”, que não criminalize a política. De acordo com relatos de senadores, o indicado pregou um Ministério Público Federal “moderno e clássico”, com unidade nos posicionamentos e que ajude o desenvolvimento do país, sem cor ideológica.

Segundo parlamentares, o subprocurador disse que o formato da Lava Jato pode ter levado a prejuízos, não só para reputações, mas para a economia. O senador Otto Alencar (PSD-BA) avaliou que Aras “se colocou muito bem”. “Ele disse que a Lava Jato teve um ponto em que extrapolou o limite da lei e cometeu excessos, sem citar nomes”, disse.

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No corpo a corpo com senadores, Aras foi questionado sobre os protestos de integrantes do Ministério Público Federal contra sua indicação, por não ter seguido a lista tríplice eleita pela categoria e pelo fato de Bolsonaro ter declarado que queria um procurador-geral alinhado ao governo. Em resposta, Aras afirmou que, se assumir o cargo, agirá com “independência absoluta” em relação ao Executivo. “Se alguém pensa que vou dever gratidão, não vou. Vou fazer o trabalho que o MPF tem de fazer, um MPF moderno”, disse o indicado a líderes do Senado na tarde de terça.

O subprocurador tem evitado responder a perguntas de jornalistas. Segundo ele, esses questionamentos serão respondidos na sabatina. “As conversas (com senadores) têm sido muito proveitosas, mas nesse momento estou com as minhas ideias e as minhas produções sendo observadas, decididas e apreciadas pelo Senado. Aqui me encontro à espera da sabatina e, por estar sendo julgado pelo Senado, respeitosamente não posso responder a perguntas como todos gostaríamos de responder. As perguntas que me fazem agora serão respondidas na sabatina”, declarou .

Expectativa

Para o senador Telmário Mota (Pros-RR), os sinais enviados por Aras ao Senado são positivos. “Espero que o MPF seja realmente um fiscal, puna os responsáveis, agora sem ação midiática, partidária, politizada e sem direcionar o trabalho”, afirmou o parlamentar. O líder da bancada do PSDB, Roberto Rocha (MA), disse ver em Aras um “progressista”. “(Ele) tem uma cabeça muito voltada para o desenvolvimento, para destravar a economia e ajudar nesse momento que estamos com a agenda econômica muito intensa”, afirmou Rocha, “Ele vai ter, sem dúvida, uma larga confiança do Senado.”

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